“Não vou fugir e nem abandonar a luta”, Dorothy Stang

9 anos sem Dorothy 5Partilhamos, mais uma vez, a memória de Ir. Dorothy Stang. 9 anos depois! Junto com  pe. Josimo Tavares, ela representa um dom com que Deus nos agraciou nestes quase 40 anos de CPT – Comissão Pastoral da Terra.  

Luciano Bernardi, da Coordenação Nacional da CPT

Dia 12 de fevereiro, faremos memória do seu martírio. Esta mulher consagrada foi assassinada em 2005, com seis tiros, um na cabeça e cinco pelo corpo, aos 73 anos de idade, em uma estrada de terra, de difícil acesso, do município de Anapu, PA. Ao ser indagada pelos seus próprios assassinos se estava armada, Dorothy afirmou: “Eis a minha arma!” E mostrou a Bíblia. No cenário dos conflitos agrários no Brasil, seu nome associa-se aos de tantos outros homens, mulheres e crianças que morreram e ainda morrem sem ter seus direitos respeitados.

No ano de 2005, quando realizávamos o II Congresso Nacional da CPT na cidade de Goiás, entre outros aspectos do martírio impactante de Dorothy, lembrávamos que no programa “Roda Viva”, da TV Educativa, com dom Tomás Balduíno, então presidente da CPT, após o assassinato de Dorothy, coube a um dos jornalistas presentes, expor com crueza a impressão de uma Igreja – hierarquia, comunidades, movimentos eclesiais – que abandonou Dorothy ao seu destino.

Lembro ainda que nós da CPT, num pequeno subsídio para o Congresso nos expressamos assim: “Parafraseando a pergunta desse jornalista, ficamos com vontade de perguntar a padres, bispos e cardeais, bem mais aquém dos 83 anos – agora são 92! – de dedicação de nosso Tomás Balduíno, a religiosos e religiosas, a leigos e leigas, que saem, aos milhares de cursos de formação e de capacitação cristãs e, finalmente, a nós mesmos:

“Os senhores não acham que Dorothy foi abandonada à sua própria sorte, nas fauces do leão, também por um Igreja que silenciosamente – ou até ruidosamente – não quer precisar mais de cristãos leigos e leigas, religiosas e religiosos, padres e bispos buscando conflitos e perigos “onde não é necessário”, dedicando-se com paixão a causas já superadas e ainda afirmar que fazem isso, no seguimento de Jesus? ”.

Dorothy, profetisa dos pobres de Deus e do Deus dos pobres, rogai por nós!

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