O Brasil de Darcy Ribeiro, de Ana Maria Magalhães: Os idos de março ( /5)

Em O Brasil de Darcy Ribeiro de hoje você vai ver que, nomeado para a Casa Civil, Darcy enfrenta os temas que motivaram o golpe de 1964: a reforma agrária e a regulamentação do capital estrangeiro.

“Naquela ocasião, como Chefe da Casa Civil, eu tinha acesso a todas as informações do Conselho de Segurança Nacional e do Serviço de Segurança do Exército, da Marinha e Aeronáutica, que indicavam coisas…” “… Na realidade, nós imaginávamos que o golpe seria tentado a primeiro de maio e ele foi dado um mês antes… O que eu vejo aí era um golpe para derrubar o Jango”, conta Darcy, em imagens de arquivo, ao ser indagado sobre o golpe.

“Eu quis ir ao comício porque o Jango não estava passando muito bem e tinha aquele comentário de que iam explodir, que iam fazer um atentado contra aquele comício”, diz a viúva do então presidente da República, João Goulart, em seu depoimento.

Com o apoio da classe média após intensa campanha publicitária contra o governo, Jango é derrubado. No exílio uruguaio, Darcy produz grande parte de sua obra em busca de entender o Brasil sob a visão externa e histórica. Confinado em Montevidéu por pressão da ditadura brasileira, entusiasma-se com as manifestações de 1968 e desembarca no Brasil pouco antes do AI-5. É preso durante nove meses até conseguir partir para Caracas, seu segundo exílio.

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