Jurados de morte: os novos exilados. Mais de dois mil brasileiros estão jurados de morte por denunciarem violações aos DHs (para baixar)

Jurados de Morte 2
Alexandre Anderson, presidente da AHOMAR:

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A Revista Congresso em Foco (ano 3, nº 8), de novembro/dezembro de 2013, traz reportagem especial de Edson Sardinha com o título Jurados de morte: os novos exilados.  O subtítulo é expressivo: Mais de dois mil brasileiros estão marcados para morrer. Eles perderam a liberdade por testemunhar e denunciar violações e crimes ou por exercer suas profissões. São 16 páginas contando as histórias de alguns dos mais ameaçados defensores dos direitos humanos do País, entre eles Alexandre Anderson (foto acima), há um ano e um mês forçado a se esconder com a família em diferentes lugares do estado do Rio de Janeiro e impedido de voltar à luta em Magé e à Associação dos Homens e Mulheres do Mar.

Embora integrem o Programa de Proteção aos Defensores Humanos da Presidência da Repúblicas, Alexandre e Daize Menezes, sua mulher, diretora da AHOMAR e também sob ameaça, têm dificuldade até mesmo para comparecer a audiências públicas onde sua luta e situação são denunciadas por entidades do Brasil e do exterior. O estado do Rio de Janeiro, que deveria se responsabilizar por sua segurança e providenciar escolta quando de sua locomoção, invariavelmente se exime de fazê-lo, sob as mais diversas alegações.

O caso de outros pescadores e lideranças da AHOMAR, assassinados ou desaparecidos, é narrado por Edson Sardinha, assim como o de Defensores ameaçados em outros estados. Entre eles, Júlio César Ferraz, no Amazonas;  Nair Ávila, mãe do advogado assassinado Manoel Mattos, da Paraíba, cujos assassinos estão sendo julgados no primeiro caso federalizado no País; Rosemary Almeida, a promotora de Justiça que com ele investigava as milícias de Pernambuco; Manoel José da Costa, sindicalista de Rondon, Pará; e ainda Padre Xavier, Gleydson Gleber, Igor Pereira Pinheiro, Catarino dos Santos, Mauri König, e a advogada Valdênia Paulino, que, assim como Alexandre, tem sua história mais detidamente relatada, incluindo seu casamento com um ex-padre, que se tornou seu companheiro de luta.

Um mapa do Brasil mostra o número de pessoas ameaçadas por estado, além de informar quem são ela, por profissões: 851 crianças e adolescentes; 770 vítimas e testemunhas; 413 defensores de direitos humanos; 295 lideranças agrárias; 200 juízes; e oito jornalistas.

A matéria pode ser baixada na íntegra, em pdf, bastando para tanto clicar AQUI.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Daize Menezes.

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