Comissão discute exploração de xisto e seus efeitos sobre o meio ambiente

Método de extração – o faturamento hidráulico – tem provocado questionamentos sobre a ameaça ao meio ambiente e às comunidades tradicionais brasileiras. (Foto: 24 Horas News
Método de extração – o fraturamento hidráulico – tem provocado questionamentos sobre a ameaça ao meio ambiente e às comunidades tradicionais brasileiras. (Foto: 24 Horas News)

Agência Câmara, na SBPC

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promove audiência pública, na quinta-feira (5), para discutir a exploração do xisto em território nacional e seus efeitos sobre o meio ambiente. O evento foi solicitado pelos deputados Sarney Filho (PV-MA), Penna (SP) e Pedro Uczai (PT-SC).

Os parlamentares estão preocupados com o leilão de gás de xisto proposto pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): “A exploração desse gás no Brasil ocorre no Paraná, mas em pequena escala. Não serve de parâmetro para os projetos em grande escala que estão sendo anunciados pela ANP”.

Também chamado de gás não convencional, o gás de xisto está armazenado entre rochas no subsolo, geralmente a mais de mil metros de profundidade. Para extraí-lo, as rochas são explodidas, ou fraturadas, com a injeção de grandes quantidades de água, areia e produtos químicos. O método é chamado de fraturamento hidráulico.

Aumento do consumo nos EUA

Nos Estados Unidos o gás de xisto corresponde, hoje, a 16% da demanda nacional de gás natural; em 2000 era apenas 1% desse total. Os empresários estimam que em 2035 essa fonte possa ocupar 46% do consumo de gás nos EUA.

Os deputados argumentam que os problemas ambientais relacionados à exploração do gás de xisto são imensos: “Conforme estudiosos há riscos de vazamentos subterrâneos; contaminação de aquíferos; danos aos reservatórios produtores de água; possibilidade de abalos sísmicos”.

Eles ressaltam que a tecnologia usual faz uso de uma grande quantidade de água e, consequentemente, também gera um grande volume de rejeitos líquidos poluídos: “O processo industrial é extremamente perigoso. Existe a grande possibilidade de explosões, incêndios, vazamentos de fluidos contaminando solo, e danos aos poços perfurados”.

Convidados

Foram convidados para discutir o tema com os deputados:

– um representante do Ministério do Meio Ambiente;

– representante da área de Segurança Operacional e Meio Ambiente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Luciano Silva Pinto Teixeira;

– o gerente de Águas Subterrâneas da Superintendência de Implementação e Projetos da Agência Nacional de Águas, Fernando Roberto de Oliveira;

– um representante da Petrobras;

– o professor da Universidade Federal de Santa Catarina Luiz Fernando Shceibe;

– o especialista em efeitos ambientais na prospecção do gás de xisto Jailson de Andrade;

– o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, Reginaldo Almeida de Medeiros;

– o coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo;

– o presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente, Hélio Gurgel; e

– o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Alberto HailerBocuhy.

A audiência ocorrerá no Plenário 8, a partir das 10 horas.

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