Procuradoria fará reunião na UFMG para tratar das ações. Instituição teve que fazer sindicância para apurar dois casos neste ano.
Por Aline Lourenço em O Tempo
Os trotes aplicados contra calouros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão na mira do Ministério Público Federal (MPF). O órgão convocou para amanhã uma audiência pública para discutir a adoção de medidas mais efetivas por parte da reitoria da instituição para evitar as ações contra os alunos novatos, que ocorrem tradicionalmente no início dos semestres letivos. O encontro será na Faculdade de Direito da UFMG, no centro da capital, a partir das 9h.
O fato resultou na abertura de uma sindicância, que terminou no mês passado, para apurar as responsabilidades pelo episódio. A comissão, formada por professores do departamento, decidiu pela investigação e punição de quatro alunos no curso. Inicialmente, havia sido anunciado que 198 alunos responderiam pelo envolvimento no caso, mas o número foi reduzido por conta de um recurso apresentado por dez educadores que acreditavam que a quantidade expressiva de estudantes acabaria resultando em impunidade.
Na ocasião, o vice-diretor da faculdade de direito, Fernando Gonzaga, concordou que o número restrito de alunos facilitaria o processo. “Certamente seria muito complexo investigar a fundo todos os indiciados. O que foi feito na primeira investigação, terminada em julho, foi só uma sindicância. Agora, com o processo, limitado aos que aparecem nas fotos do trote, tudo será mais detalhado”, disse.
Na audiência marcada pelo MPF é esperada a presença do professor Hermes Vilchez Guerrero, que presidiu a comissão de sindicância, de representantes da reitoria, da Federação Israelita de Minas Gerais e do Coletivo de Estudantes Negros da UFMG. A reunião será aberta ao público.
Polêmicas
Outro lado. Apesar do conteúdo pornográfico da cena, as alunas disseram à diretoria do Instituto de Geociências (IGC), responsável pelo curso, que não foram obrigadas a nada e que continuariam participando das “brincadeiras”.
Punição
Relatório. Até o final deste mês, a UFMG deve divulgar a conclusão do processo contra os alunos da Faculdade de Direito. As punições podem variar de advertência a até expulsão do curso.