Por Henrique Soares, do Núcleo de Jornalismo
A UNEB — por meio do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) — vai organizar e sediar o lançamento do livro Negro, a cor da vida – origem do homem e do racismo, na próxima terça-feira (19), às 16h, no Largo do Carmo, n°4, próximo ao Convento do Carmo, no Centro Histórico de Salvador.
O livro — escrito e coordenado pela antropóloga do centro de estudos, Celene Fonseca e ilustrado por Caó Cruz — é resultado de parceria entre o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), com apoio do Cepaia. A obra, que totaliza 75 páginas, aborda temas como Inexistência de raças, Origens do racismo, África como local de origem humana, além das Políticas de ações afirmativas.
De acordo com o coordenador do Cepaia, Luciano Filgueiras, o trabalho “vai ajudar a despertar para a história do povo negro, aumentando a autoestima e ajudando a entender como começou o racismo”.
Já a autora, também conselheira do CDCN, conta que iniciou a pesquisa em 2003:
“Esta foi a forma que encontrei para desconstruir o racismo, mostrando que falta base científica e que se trata, na verdade, de uma construção política. É uma ferramenta de domínio econômico e cultural. Além disso, a maioria dos estudiosos utilizados para construir esse trabalho é formada por brancos europeus e norte-americanos, que apontam todas as informações presentes no livro. Ou seja, são insuspeitos de qualquer simpatia à Mama África”.
A tiragem inicial, que totaliza 10 mil exemplares, já está sendo distribuída em locais como bibliotecas e entidades negras, sendo algumas fora da Bahia.
Celene esclarece ainda que existe plano para que, a partir publicação de nova tiragem, a obra seja enviada para escolas de ensino médio baianas como forma de auxiliar no ensino da temática História e Cultura Afro-Brasileira. A disciplina atualmente é obrigatória no currículo oficial da rede de ensino a partir da sanção das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008.
“Há uma grande carência de materiais para trabalhar essa temática em nossas escolas. Essa é uma reclamação do movimento social. Também vai ajudar no cumprimento das leis”, explica Celene.