AL – Camponeses fecham rodovia contra a prisão de acampados

A manifestação é contra a prisão de dois acampados que teriam sido detidos por três seguranças da Usina Laginha acompanhados por policiais militares 

Railton Teixeira, de Maceió (AL), em Brasil de Fato

Um grupo de trabalhadores rurais bloqueou a rodovia BR 104, nas imediações do município de União dos Palmares, em Alagoas.  O protesto é contra a prisão de dois acampados que teriam sido detidos por três seguranças da Usina Laginha e militares do Pelotão de Policiamento Especial (Pelopes).

O bloqueio, que ocorre desde o fim da manhã desta quarta-feira (13), é realizado pelo Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), com o apoio do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).

Os agricultores estão às margens da BR no acampamento Sapacaia, em terras da Usina Laginha, de propriedade do deputado federal João Lyra. A usina está com um processo de falência tramitando no Tribunal de Justiça de Alagoas.

Mas, de acordo com o agricultor Irmão Antônio, seguranças da Usina Laginha chegaram ao acampamento acompanhados por uma guarnição do Pelotão de Policiamento  Especial da Polícia Militar de Alagoas (Pelopes) e levaram à força dois agricultores, identificados como Renato e José Maria.

“Eles pegaram os camponeses sem mandado judicial ou qualquer coisa que justificasse a ação, e o pior, com os capangas da Usina, como assim? Agora a polícia está a serviço dos usineiros?”, questionou o agricultor.

Um grupo de agricultores foi à Delegacia Regional de União dos Palmares. Ao chegar o local, eles receberam a informação de que os dois camponeses foram liberados. “Mas que eles foram processados. Agora não sabemos o por que e se eles vão chegar até as suas residências”, ressaltou Antônio.

“Os trabalhadores pretendem permanecer com os dois sentidos da rodovia bloqueados até que o comando da Polícia Militar explique os motivos da prisão e do processo deles. E, principalmente, como é que a polícia e os capangas da usina trabalham juntos. Não é a primeira vez que somos agredidos e a polícia não faz nada”, desabafou o agricultor.

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