Mapa diz que milho Bt favoreceu Helicoverpa armigera ao reduzir Spodoptera

A mariposa ‘helicoverpa armigera’: uma nova versão de soja transgênica é resistente à praga devastadora (Fabiano Bastos / Embrapa)
A mariposa ‘helicoverpa armigera’: uma nova versão de soja transgênica é resistente à praga devastadora (Fabiano Bastos / Embrapa)

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O título anuncia bem mais do que depois a matéria fornece.  Não se trata de uma posição institucional nem de algum relatório divulgado pelo Ministério.  De qualquer forma, é um reconhecimento importante vindo do órgão que até então procurou dissociar a explosão populacional desse inseto com a presença de lavouras transgênicas na região.

Segundo o coordenador da Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra, o uso em grande escala do milho BT pode ter sido um dos responsáveis pelo aumento da população da Helicoverpa armigera.  Isso porque essa modificação com genes da bactéria Bacillus thuringiensis reduziu a população de uma praga conhecida como Spodoptera, que é um inimigo natural da Helicoverpa.

“São situações que encontramos no campo, e vamos tecendo algumas hipóteses, e teorias do que pode ter acontecido.  Nos últimos anos tem havido uma utilização massiva de milho BT, que controla a Spodoptera.  Mas não seria esse o fator principal.  O importante é que isso sirva para mostrar que qualquer desequilíbrio que se faça num ecossistema pode causar explosões de determinadas pragas”, sustenta Guerra.

O representante do Mapa ressalva que a Spodoptera é “uma praga importante, que causa danos no cartucho do milho”.  “Mas talvez seja uma explicação para a explosão da Helicoverpa.  Estive na Bahia com a Aprosoja, e aqueles agricultores enfrentaram um período grande de seca.  Os insetos, as pragas de solo, se aproveitam da estiagem.  Também vimos grandes áreas abandonadas, onde os produtores simplesmente deixaram de fazer qualquer aplicação porque não valia mais a pena”, completou.

Guerra aponta ainda que o “plantio direto” é outra prática que pode ter estimulado a explosão da Helicoverpa armigera.  “Ela completa seu ciclo no solo.  A falta de revolvimento no solo também explica um pouco esse aumento populacional”, afirma ele.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mayron Borges.

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