Sem Terra da PB e PE bloqueiam rodovia contra impunidade de PMs

armasDa Página do MST

Mais de 1500 trabalhadores rurais Sem Terra bloqueiam na manhã desta quinta-feira (10) a BR 101, entre os municípios de Goiana, em Pernambuco, e Caaporã, na Paraíba. Os Sem Terra estão acampados em dois engenhos da Usina Maravilha, nos estados de Pernambuco e Paraíba.

Eles cobram do governo de Pernambuco a punição dos policiais militares que trabalharam de pistoleiros na Usina Maravilha da Paraíba. No último sábado, uma milícia armada tentou invadir o acampamento Wanderley Caixe, em Caaporã (PB).

Segundo os Sem Terra, três policiais à paisana foram até o acampamento intimidar os trabalhadores e a procura de lideranças do MST da região.

Os três pistoleiros foram detidos pelos próprios acampados. Após algumas horas, com a chegada da Polícia Rodoviária Federal, os policiais foram conduzidos ao Grupo de Operações Especiais (GOE) de João Pessoa para serem interrogados. No entanto, foram liberados. (assista a reportagem)

Não é a primeira vez que os Sem Terra denunciam a participação de policiais militares de Pernambuco em milícias armadas. O caso mais explícito foi o de José da Costa Lima, da PM de Pernambuco.

Lima já foi, inclusive, denunciado pelos trabalhadores e por outras entidades à corregedoria da polícia militar e à Organização das Nações Unidas (ONU). Todavia, os Sem Terra reclamam do fato de nada ter sido feito pelo Estado.

“Neste caso da Paraíba denunciamos os três militares com nome e documentos e esperamos que sejam punidos, pois a impunidade é que motiva a violência contra o povo”, diz a nota divulgada pelos Sem Terra.

documentosDesapropriação

Além da impunidade, os acampados exigem a desapropriação das Usinas Maravilha e Cruangi, com terras em ambos os estados. Desde 2012 que buscam uma reunião em conjunto com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da Paraíba e Pernambuco mais os governos dos estados, mas sem sucesso.

Na última semana, o presidente do Incra esteve em Pernambuco e se comprometeu em agilizar o processo, mas as famílias pedem por um compromisso mais firme entre os órgãos federais e os governos dos estados para viabilizar a desapropriação das duas usinas, que podem beneficiar mais de 2 mil famílias.

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