Pescadores denunciam, mais uma vez, crime ambiental no Rio Sirinhaém/PE

Foto: Jornal de Caruaru
Foto: Jornal de Caruaru

O crime diz respeito ao derramamento de vinhoto e causou intensa mortandade de peixes e crustáceos. De acordo com os pescadores que vivem no local, a situação é de muita revolta, pois “já perderam as contas de quantas denúncias já foram encaminhadas aos órgãos”, sem que houvesse alguma medida concreta para combater o crime

 CPT Nordeste II

Na tarde desta quinta-feira, dia 26/09, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) encaminhou ao IBAMA e ao CPRH, mais uma denúncia de crime ambiental praticado no Rio Sirinhaém, localizado no município de mesmo nome, zona da mata sul de Pernambuco.

A denúncia foi feita à CPT tanto através de sua página eletrônica quanto a partir dos próprios pescadores e pescadoras tradicionais que vivem na região. De acordo com os relatos, o crime diz respeito ao derramamento de vinhoto no Rio Sirinhaém, que ocasionou uma intensa mortandade de peixes, camarões e outros crustáceos, desde a última segunda-feira, dia 23. 

A substância é um resíduo altamente poluente gerado a partir da destilação da cana-de-açúcar e quando colocada em contato com o solo e com a água dos rios e mangues contamina-os, provocando uma série de danos ambientais. De acordo com os pescadores que vivem no local, a água do Rio ” ficou encarnada e segue com forte odor de vinhaça”. Ainda segundo os pescadores, que preferiram não se identificar, o material estaria sendo despejado no Rio por uma das duas Usinas que já são conhecidas por praticarem esse tipo de crime todos os anos na região: A Usina Trapiche e a Usina Cucaú. Os pescadores ressaltaram a importância de que os órgãos realizem a fiscalização in loco o quanto antes, uma vez que o vinhoto e os peixes mortos são logo dispersados pela maré.

O crime em questão há muito já se tornou uma rotina entre as Usinas de Cana de Açúcar na Zona da Mata pernambucana. Todos os anos são geradas diversas denúncias feitas por pescadores e pescadoras tradicionais, mas até o momento, nenhuma medida concreta foi feita para impedir a violação da legislação ambiental.  Esta é a terceira denúncia feita à CPT pelos pescadores só em 2013. A primeira foi realizada no dia 01 de fevereiro de 2013 e a segunda no dia 26 de fevereiro do corrente ano. Todas foram encaminhadas aos órgãos ambientais, mas que não acarretam, até o momento, em  punições aos responsáveis.

Outras informações:
Comissão Pastoral da Terra – Regional Nordeste II
Setor de comunicação
Renata Albuquerque
Fone: (81) 9663-2716

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