Povos indígenas ocupam sede do DSEI de Lábrea, Amazonas

Por J.Rosha, de Manaus

CIMI – Desde as primeiras horas da manhã de sexta-feira, 13, mais de 80 lideranças indígenas dos povos Apurinã, Palmari, Jarawara, Madija-Deni e Karipuna ocupam a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Médio Purus, localizado no centro da cidade de Lábrea, no sudeste do Amazonas, distante da capital, Manaus, cerca de 700 quilômetros. A precariedade no atendimento às aldeias, a imediata nomeação de Nancy Filgueiras da Costa para a coordenação do DSEI e a não interferência de políticos na indicação para aquele órgão, são os principais motivos que à ocupação do prédio.

Dez funcionários foram orientados pelos indígenas a desocupar as dependências. Ficaram no local apenas três funcionários para liberar combustível utilizado na remoção de pacientes. O Polo Base “Chico Camilo”, localizado nos arredores da cidade, permanece funcionando para atendimento em regime de plantão.

A manifestação foi decidida em reunião com a participação de lideranças da Federação das Organizações Indígenas do Médio Purus (Focimp), Associação de Mulheres Indígenas do Médio Purus (Amimp) e membros do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi).

Os indígenas dizem que desde julho passado a coordenadora Fátima Aparecida Silva deixou a cidade, mas continua oficialmente respondendo pelo órgão. Há vários meses os indígenas manifestaram descontentamento com a atuação de Fátima.

As comunidades denunciam que a coordenadora não participou em algumas das conferências locais de saúde e, naquelas em que compareceu, não permitiu que os povos apresentassem propostas ou se pronunciassem, além de não acompanhar a situação dos polos base.  Sem coordenação, “o atendimento à saúde está muito precário e um exemplo disso é a falta de condições da Casa de Saúde Indígena – Casai de Lábrea”, diz João Neri Karipuna, coordenador do Condisi.

O DSEI do Médio Purus tem a responsabilidade de atender aldeias dos municípios de Lábrea, Tapauá e Canutama, abrangendo uma população de 8.310 indígenas dos povos Apurinã, Palmari, Jarawara, Jamamadi, Deni, Suruaha, HI-merimã, Kokama, Karuipuna, Miranha, Mamori, Manoá e Juma, de acordo com dados do Condisi.

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