Cinco militantes foram presos em protesto, no Distrito Federal

Governo do Distrito Federal acionou centenas de policiais do Batalhão de Choque e policiamento com cães para barrar as manifestações, que fecharam vias de acesso à Brasília

Às vésperas do 7 de setembro, movimentos sociais e organizações populares realizaram protestos, no Distrito Federal, para cobrar auditoria pública com participação social nas contas da TERRACAP, a Companhia Imobiliária de Brasília; transporte gratuito de qualidade; fim da Agência de Fiscalização do Distrito Federal, acusada de repressão social; e habitação para 700 mil famílias do Morar Bem e fim da especulação imobiliária. Eles também reivindicaram a desmilitarização da Polícia Militar e criticaram a implantação do aterro sanitário de Samambaia.

Os atos, que bloquearam a Estrada Parque Taguatinga (EPTG), a Estrutural, a BR-020, e a DF-001 foram duramente reprimidos pelo Governo do Distrito Federal, conforme relatos divulgados, pelos manifestantes, em redes sociais. O integrante do Comitê Popular da Copa, Chico Carneiro, conta que centenas de policiais do Batalhão de Choque e também cães foram utilizados para dispersar os protestos. Cinco pessoas que participavam das mobilizações foram detidas. Elas estão sendo acusadas por danos ao patrimônio, devido à queima de pneus sobre o asfalto, bem como por crime de desobediência.

A advogada Érika Medeiros, que acompanha o caso junto a outros advogados da Assessoria Jurídica Universitária Popular (Ajup), informou que os manifestantes continuam detidos na 4ª Delegacia de Polícia do Guará. De acordo com Érika, o valor de R$ 2.000 está sendo cobrado pela fiança de cada pessoa, o que inviabiliza a soltura imediata dos ativistas. Os advogados pretendem entrar com pedido de habeas corpus, mas, para isso, dependem da liberação do Auto de Prisão em Flagrante e do envio do pedido de prisão a um juiz. “Nós fomos informados que o pedido só vai ser entregue amanhã, por isso nós não temos como pedir o habeas corpus deles, hoje. A demora é claramente para manter os manifestantes detidos aqui durante toda a noite”, declarou.

A situação é similar ao que ocorreu no dia 14 de junho deste ano, quando, após protesto que interditou vias próximas ao estádio Mané Garrincha com barreira de pneus, seis pessoas que participaram do ato foram presas. Então, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal também buscou manter os acusados na delegacia, uma forma de inibir os protestos que seriam realizados no dia seguinte, data da abertura da Copa das Confederações.

Hoje, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Coletivo Luta Vermelha, Organização de Comunicação Universitária Popular (OCUP), Movimento Honestinas, Brasil e Desenvolvimento, Movimento Contra o Aterro Sanitário de Samambaia e Assembleia dos Povos, que participaram dos atos realizados, denunciaram a perseguição política e o uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Os organizadores também relatam que três mulheres, entre elas uma grávida, tiveram que ser levadas para hospitais da região. Já a Polícia Militar alegou que as armas de efeito moral foram usadas para dispersar os manifestantes e liberar as pistas.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Helena Martins.

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