Sem Terra ocupam mais três áreas no estado de São Paulo

Foto1 MST SP

Por Jade Percassi, da Página do MST

Dando continuidade às atividades da jornada nacional unificada, o MST ocupou mais três áreas no estado de São Paulo que não cumprem sua função social na manhã deste sábado (31).

A fazenda Martinópolis, em Serrana (SP), foi ocupada pela 8ª vez por cerca de 350 famílias do acampamento Alexandra Kollontai.

Outras 200 famílias ocuparam a fazenda São José, no município de Penápolis, à beira da rodovia Marechal Rondon. E na Grande São Paulo, 150 famílias ocuparam uma área urbana, conhecida como Bela Vista, no município de Itapevi.

Fazenda Martinópolis

As famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra lutam há mais de cinco anos pela destinação das terras da Fazenda Martinópolis para fins de Reforma Agrária.

A fazenda possui uma dívida de cerca de R$ 300 milhões de ICMS junto ao governo do estado de São Paulo, além de inúmeros processos trabalhistas e ambientais, já tendo sido, inclusive, denunciada pelo emprego de trabalho indígena no corte da cana, sem o conhecimento da FUNAI.

O MST luta para que a área seja adjudicada pela governo do estado. No ano passado, o governador Geraldo Alckmin se comprometeu com as famílias do acampamento Alexandra Kollontai que adjudicaria a fazenda e destinaria as terras para fins de reforma agrária.

O Incra, por sua vez, emitiu documento assumindo a responsabilidade pela implementação do projeto de reforma agrária, caso a área seja adjudicada. Assim, o processo se encontra nas mãos do governo do estado de São Paulo e depende da vontade política do governador.

Marcha 

Na semana passada, as cerca de 350 famílias do acampamento Alexandra Kollontai realizaram uma marcha no município de Serrana para denunciar a precária condição de vida em que se encontram, e reivindicar junto a prefeitura municipal o atendimento imediato de uma pauta social.

O acampamento está próximo à uma área de monocultivo de cana-de-açúcar, na rodovia Abrãao Assed. O altíssimo volume de agrotóxico despejado na produção, que contamina os solos e a água, as queimadas da palha da cana, os inúmeros focos de incêndio, além do difícil acesso à água e a precária condição de moradia (barracos de lona preta) expõem as famílias a inúmeros riscos de saúde.

Segundo a direção local do MST, somente a adjudicação da fazenda e a implementação do projeto de assentamento pode resolver os problemas e dificuldades enfrentados pelos Sem Terra.

As famílias do acampamento Alexandra Kollontai exigem que o governo do estado cumpra sua promessa e tome as medidas necessárias para a adjudicação da fazenda Martinópolis imediatamente.

Fazenda São José

No município de Penápolis, 200 famílias ocuparam a fazenda São José, à beira da rodovia Marechal Rondon. A área de mais de mil hectares pertence a uma usina falida, com dívidas; as famílias reivindicam que as dívidas sejam executadas e a área, transformada em assentamento.

Bela Vista

Na Grande São Paulo, 150 famílias ocuparam uma área urbana, conhecida como Bela Vista, no município de Itapevi. A Bela Vista tem um histórico de disputa. Em maio de 2013 foi alvo de uma desocupação violenta, com a presença do juiz local e forte efetivo policial, sem que fossem tomadas medidas para encaminhamento digno das famílias que ali estavam.

As famílias retornam à área, agora organizadas pelo MST, inspiradas pela Comuna Urbana Dom Helder Câmara, e reivindicam que seja destinada à habitação de interesse social.

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