Um único tiro de fuzil matou mãe e filha no Morro da Quitanda, diz parente, que acusa PM: ‘Covardes’

Extra

“Eles são tão covardes que conseguiram acertar minha mãe e minha irmã com um único tiro”. A frase foi dita por Alex dos Santos de Jesus, de 29 anos, que, nesta quinta-feira, teve a mãe e a irmã gêmea mortas durante uma operação do 41º BPM (Irajá) no Morro da Quitanda, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. O rapaz acusa um PM de ter dado o disparo de fuzil que atingiu Maria de Fátima de Jesus, de 52 anos, no peito, e Alessandra de Jesus, de 29, na cabeça. Segundo o rapaz, o policial procurava um bandido e acabou acertando as duas mulheres.

– Estou tão chocado que não consigo chorar. Estou pedindo forças a Deus e estou pedindo sabedoria para assumir todas as responsabilidades – disse Alex, na manhã desta sexta-feira, enquanto esperava a liberação dos corpo no Instituto Médico-Legal (IML).

De acordo com ele, a irmã pensava em se mudar do Morro da Quitanda para um lugar menos perigoso. Maria de Fátima havia ido à comunidade justamente para encontrar a filha e procurar com ela uma nova casa. As duas estavam na localizada conhecida como Favelinha quando foram feridas. Alessandra estava com a filha de 2 anos no colo. A menina não se feriu. Ela tinha outros quatro filhos.

Já Maria de Fátima – que tinha quatro filhos – havia se mudado há 20 dias Costa Barros para São Pedro d’Aldeia, na Região dos Lagos. Segundo a família, ela estava cansada da violência do bairro da Zona Norte.

Mãe e filha foram enterradas às 16h desta sexta, no Cemitério de Inhaúma.

PM e Polícia Civil investigam

Em nota, a Polícia Militar lamentou as mortes das duas mulheres e informou que o comando do batalhão de Irajá abriu uma averiguação para apurar o caso. Leia a íntegra do informe:

“Policiais do 41º BPM (Irajá) fizeram uma operação no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na manhã desta quinta-feira (15/08). Lamentavelmente, duas mulheres foram baleadas e socorridas no Hospital Carlos Chagas. Uma delas não resistiu aos ferimentos. O comando do 41º BPM abriu averiguação para apurar o caso e as armas dos policiais que estavam na operação estão à disposição da perícia da Divisão de Homicídios – que realizou perícia no local, devidamente preservado.Na operação, dois homens foram presos com uma espingarda calibre 12, uma pistola e duas granadas.”

Já a Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios (DH) investiga o caso. Segundo uma nota divulgada pela instituição, a perícia no local onde ocorreu o tiroteio foi periciado e testemunhas serão chamadas para prestar depoimento.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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