Professor acusado de queimar ônibus da Guanabara durante a Revolta do Busão vai a julgamento

O atentado aconteceu no dia 18 de setembro passado, durante os protestos contra o aumento das tarifas. Foto: Joana Lima
O atentado aconteceu no dia 18 de setembro passado, durante os protestos contra o aumento das tarifas. Foto: Joana Lima

Portal JH – Teve início na manhã desta terça-feira (30) a audiência que tinha como acusado o professor de história Felipe Eduardo Oliveira Serrano, 26 anos. O réu é apontado como o autor dos atentados contra dois ônibus da empresa Guanabara, um na Avenida Bernardo Vieira, ao lado do shopping Midway Mall, e o outro no bairro Nordeste.

O fato aconteceu no dia 18 de setembro do ano passado, durante os protestos contra o aumento das tarifas no transporte público da capital e por melhorias e mais transparência em todo o setor viário. Na ocasião, dois ônibus foram queimados, de acordo com a polícia e como consta no processo, ao mesmo tempo. Os dois atentados aconteceram há aproximadamente 5 Km de distância dos dois bairros.

Segundo os advogados de Felipe Serrano, o jovem foi abordado pela polícia ainda no dia do ato, próximo à sua casa, perto do centro de velório Morada da Paz, na rua São José.

Antes da audiência a defesa se apresentou confiante quanto à inocência do acusado, e por consequência num resultado final satisfatório. “A expectativa é que o caso seja transformado em um processo de canonização do réu. Já que ele está sendo acusado de estar em dois lugares ao mesmo tempo. O mesmo dom de Frei Galvão”, ironizou o advogado Daniel Pessoa. “Essa audiência poderia acontecer até antes, aproveitava que o Papa estava no Brasil”, concluiu.

Além dos advogados, das testemunhas, poucas pessoas que representam movimentos sociais, como a “Revolta do Busão”, estavam presentes para prestarem solidariedade ao acusado.

De acordo com o processo, Felipe é acusado não só de dano ao patrimônio, como também desobediência, incêndio e resistência. O réu, por outro lado, além de alegar inocência, também relata que sofreu agressão policial, como também foi “humilhado”. “Ele foi torturado no meio de uma missa de corpo presente” relatou Gustavo Barbosa, advogado que também trabalha na defesa.

Pesa contra Felipe o testemunho do motorista do ônibus, o cobrador e um policial. Em contrapartida, para corroborar com a tese da defesa também serão ouvidas outras duas pessoas. Um amigo, que segundo o acusado, ele foi apenas deixá-lo no local e um comerciante, o qual, supostamente estaria vendendo um produto ao professor de história e no momento do ataque aos veículos. Conforme o advogado, a nota fiscal também deverá ser usada durante o processo.

Enviada para GT Combate ao Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.