Monsanto “desiste” de cultivar novos transgênicos na Europa

monsanto31_0_1Do Opera Mundi, no Sul21

A Monsanto anunciou nesta sexta-feira (19) que desistiu dos pedidos de autorização que tinha feito à União Europeia para plantar sementes com material geneticamente modificado. Segundo informações da imprensa europeia, a justificativa oficial da empresa norte-americana é que “a plantação de novos transgênicos na Europa não tem interesse comercial”.

O acordo, no entanto, não impede que os transgênicos da Monsanto continuem a ser comercializados na Europa. No total, eram cinco pedidos para o cultivo de milho geneticamente modificado, um para soja e outro para beterraba.

O presidente e diretor-geral da Monsanto na Europa, Jose Manuel Madero, explicou à Reuters que é vontade da empresa pedir autorização para importar para a UE as espécies transgênicas que já planta nos EUA e na América Latina. Para investir na nova estratégia, a companhia desistiu da anterior, que pretendia cultivar alguns desses produtos na Europa.

Em maio, a Hungria decidiu eliminar todas as plantações feitas com sementes transgênicas da Monsanto. Na ocasião, foram queimados cerca de 500 hectares das lavouras de milho – equivalente a cinco milhões de metros quadrados. A intenção da queimada era que o país não tivesse nenhum fruto com origem de material geneticamente modificado.

Segundo o jornal Público, a frustração com o processo de aprovação é apontado como a causa para a desistência da empresa – que deseja expandir o seu mercado por todo o mundo. No documentário Le monde selon Monsanto (“O mundo segundo Monsanto”, numa tradução livre), de 2008, Marie-Monique Robin denuncia os contratos com que a multinacional tolhe a acção dos agricultores, assim como as consequências nefastas que a plantação das sementes geneticamente modificadas está a ter nos solos das Américas, de África e da Índia.

No ano passado, a alemã BASF, autorizada a cultivar um tipo de batata geneticamente modificada nos solos da UE, decidiu transladar todas as operações relacionadas com transgênicos da Europa para o outro lado do Atlântico. São já duas vitórias do gênero para os ambientalistas. O que não impede que a UE continue a ser um dos maiores importadores de transgênicos do mundo.

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