Movimentos em defesa da mulher reagem à bolsa estupro e marcam protesto

Manifestação contra o aborto, na Esplanada: bandeira dos evangélicos  (Carlos Moura/CB/D.A Press - 8/5/07)A página do Facebook que convoca as pessoas para a manifestação em Brasília argumenta que é preciso impedir que o projeto siga adiante no Congresso

Correio Braziliense

Movimentos de defesa do direito das mulheres de todo o país arquitetam para o próximo sábado (15) uma manifestação contra o projeto de lei do Estatuto do Nascituro, aprovado no último dia 5 pela Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados. O texto, que dá direitos ao feto logo após a concepção, prevê um auxílio financeiro à mulher vítima de estupro que optar por levar a gravidez adiante, que ficou conhecido como bolsa estupro e levantou protestos imediatos. Pelo menos 17 mil pessoas em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte confirmaram presença, pelas redes sociais, no Ato Contra o Estatuto.

A página do Facebook que convoca as pessoas para a manifestação em Brasília argumenta que é preciso impedir que o projeto siga adiante no Congresso. A medida ainda precisa do aval da Comissão de Cidadania e Justiça e do plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado Federal. O texto destaca que o ato não engloba apenas o veto ao estatuto, mas é, também, uma mobilização em favor da autonomia feminina e do Estado laico. A integrante da Marcha das Vadias Mel Bleil Gallo explica que a pressão das feministas na Câmara já fez o texto mudar uma vez. “A versão inicial criminalizava até quem fazia o aborto legal nos casos de estupro. Isso foi alterado”, ressalta. Mesmo com a mudança, Mel destaca que o texto ainda ficou esquizofrênico. “A proposta continua com um artigo que tenta criminalizar quem faz qualquer ato contra o feto”, acrescenta.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

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