Novo confronto em Sidrolândia. Terena Joziel Alves é baleado pelo capataz e está no hospital. Ele é primo de Oziel Gabriel, assassinado semana passada

Luto

O confronto aconteceu a dois dias dos índios terenas serem recebidos em Brasília pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT). O encontro foi confirmado hoje pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao administrador da Funai em Campo Grande, Marco Aurélio Tosta.

Por Vinícius Squinelo e Evelin Araújo, em Midiamax

Depois de cinco dias de tensão, fazendeiros e índios entraram em confronto, na tarde de hoje, em Sidrolândia, a 79 quilômetros de Campo Grande. O clima de tensão desta vez chegou a Fazenda São Sebastião e há baleados.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou que, pelo menos um índio, identificado como Joziel Alves foi baleado e está no Hospital Municipal da cidade.

Segundo informações preliminares, Joziel teria sido alvejado pelo capataz da fazenda São Sebastião na tarde desta terça-feira (4). Outros indígenas teriam sido baleados, mas a informação não foi confirmada.

Proprietários rurais de Sidrolândia garantem que o clima de tensão na região extrapolou, e teve início um verdadeiro conflito armado entre donos de propriedades e indígenas. De acordo com os fazendeiros, o conflito ocorreu após três novas invasões de propriedades, que teriam ocorrido na tarde de hoje, após uma assembleia geral dos líderes terenas.

Houve troca de tiros entre indígenas e fazendeiros durante a tarde, e os proprietários rurais prometem uma “retaguarda” na Fazenda Furnas, segundo eles a única da região que ainda não foi invadida.

O novo confronto ocorreu cinco dias após o confronto entre índios e policiais durante a desocupação da Fazenda Buriti. Naquele, o índio Oziel Gabriel, de 32 anos, morreu após ser baleado. Outros três índios foram baleados  e um segue internado na Santa Casa de Campo Grande.

O confronto aconteceu a dois dias dos índios terenas serem recebidos em Brasília pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT). O encontro foi confirmado hoje pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao administrador da Funai em Campo Grande, Marco Aurélio Tosta.

Os líderes terenas pretendiam manter o clima pacífico, mas adiantaram que não poderiam segurar os guerreiros da tribo. Os índios reivindicam a ampliação da reserva Buriti de 2 mil para 17,2 mil hectares.

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