Nota de Repúdio da Assembleia dos Povos indígenas do Mato Grosso do Sul

Guarani KaiowaNós, lideranças e comunidades dos povos Terena, Guarani, Kaiowá, Kinikinau, Kadiwéu e Ofaié, reunidos em assembleia no acampamento Terena Terra Vida na Terra Indígena Buriti, vimos a público repudiar a decisão da presidente Dilma Rousseff em receber uma Comissão de fazendeiros e políticos, representantes do agronegócio, para tramar formas sistemáticas de violar e impedir nossos direitos territoriais.

O conluio do governo com os ruralistas é evidente ao passo que há diversas iniciativas ilegais de tentar tumultuar e esfacelar o processo de demarcação e ainda, por até hoje, desde sua posse, a presidente não ter recebido nenhuma liderança indígena do Brasil para tratar do tema.

Repudiamos também a proposta inconstitucional da ministra Chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, em querer reformular o procedimento de demarcação das terras indígenas e submeter os estudos de identificação e delimitação à Embrapa, autarquia ruralista e absolutamente incompetente para tal serviço.

O governo brasileiro optou pelo modelo de desenvolvimento predatório que não tem espaço para o “bem viver” dos povos indígenas, e por isso vem descaradamente atropelando nossos direitos historicamente conquistados.

Os povos indígenas de Mato Grosso do Sul se levantam contra as maquinações que os poderes Executivo e Legislativo articulam em detrimento de nossos direitos.

 Assembleia dos Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul

Terra indígena Buriti, 09 de maio de 2013.

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