Reabertura do Maracanã tem protesto contra privatização e xingamentos a Eike e Cabral

Maraca 1As cerca de 300 pessoas que estiveram na manifestação levaram faixas com frases como “O Maracanã é nosso” e “Maracanã pra quem? Não à privatização” e fizeram gritos que tinham como alvo Eike e Cabral. “Alô, você! Você está de bobeira. Fifa, Cabral e Eike são quadrilha de empreiteira” e “Eike ladrão, deixa o Maraca com o povão” foram alguns dos ‘cantos’ que puderam ser ouvidos por quem passava nos entornos do estádio.

 Por Tiago Leme, do Rio de Janeiro, para o ESPN

O Maracanã ainda não foi reaberto ao público, mas muitos ‘torcedores’ já fizeram questão de comparecer ao estádio neste sábado, data da reabertura dele só para os operários que trabalharam nas obras. No entorno da nova arena, centenas de pessoas se reuniram para protestar contra a privatização do Maracanã, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o empresário Eike Batista, apontado como provável vencedor da licitação do estádio.

As cerca de 300 pessoas que estiveram na manifestação levaram faixas com frases como “O Maracanã é nosso” e “Maracanã pra quem? Não à privatização” e fizeram gritos que tinham como alvo Eike e Cabral. “Alô, você! Você está de bobeira. Fifa, Cabral e Eike são quadrilha de empreiteira” e “Eike ladrão, deixa o Maraca com o povão” foram alguns dos ‘cantos’ que puderam ser ouvidos por quem passava nos entornos do estádio.

Além de pedirem a não-privatização do Maracanã, os manifestantes também mencionaram as demolições do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Julio Delamare, além da desocupação do Museu do Índio por conta da construção do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

O protesto começou pacífico e aconteceu algumas horas antes do início do evento programado para a reabertura do Maracanã neste sábado – o jogo entre “Amigos de Ronaldo” e “Amigos de Bebeto”, aberto apenas para operários que participaram das obras do Maracanã e seus familiares. Depois dele, o estádio ficará novamente fechado para a conclusão dos outros 3% da reforma no local e terá sua inauguração oficial no dia 2 de junho, no amistoso entre Brasil e Inglaterra.

No entanto, durante a partida houve desentendimento entre manifestantes e policiais, do lado de fora do estádio. A confusão terminou mal, e a Polícia precisou usar gás e pimenta e tiros com baladas de borracha para acalmar a situação.

Protesto também durante o jogo

O protesto organizado em frente ao estádio terminou, mas a causa defendida pelos manifestantes também foi levantada  dentro do Maracanã. Alguns torcedores levaram uma faixa para as arquibancadas e passaram o jogo inteiro bem perto da área onde a imprensa estava com ela erguida e bem à mostra para todos que estavam no estádio. Nela, era possível ler: “Não à privatização e não às demolições”.

Assim que os torcedores levantaram a faixa, houve uma grande movimentação entre os jornalistas e fotógrafos para fazer o registro do protesto. Os seguranças do Maracanã chegaram a se aproximar do local onde estavam os manifestantes e ficaram observando tudo bem de perto, mas não fizeram nenhuma intervenção.

A faixa ficou erguida durante todo o jogo e, em contato com a reportagem do ESPN.com.br, um dos responsáveis por ela explicou o motivo do protesto. “Estamos fazendo isso para mostrar o absurdo que é a privatização. O governo investiu milhões no Maracanã e vai entregá-lo nas mãos do Eike para ele fazer o que ele quiser”, disse Rafael Medina, fotógrafo de 33 anos.

Perguntado sobre como teria conseguido ingresso – já que o jogo de hoje era aberto apenas para operários que trabalharam no Maracanã e seus familiares -, Rafael disse que fez o que todos estavam fazendo e comprou de cambistas na porta do estádio. Depois, mudou o discurso e contou que havia ganho o convite de um amigo.

*Atualizada às 23h20

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