Operação Canaã investiga trabalho escravo em “seita religiosa” no Sul de Minas

Rosildo Mendes – Hoje em Dia

A Polícia Federal, com apoio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), deflagrou, na manhã desta terça-feira (23), uma operação de combate ao trabalho escravo na região Sul de Minas Gearais. Denominada “Operação Canaã”, os agentes fiscalizarão fazendas e estabelecimentos comerciais da seita religiosa denominada “Jesus a Verdade que Marca” que atua nas cidades de Minduri, Andrelândia, Madre de Deus e São Vicente de Minas, ambas na mesma região.

Segundo a PF, os líderes da seita são investigados por supostamente utilizarem seus seguidores para trabalho ilegal em fazendas e comércios. A seita atuava no interior do Estado de São Paulo e, em 2005, mudou-se para Minas Gerais.

Relato de pessoas que faziam parte do grupo mencionam que os integrantes são obrigados a venderem todos os seus bens materiais (móveis e imóveis) e em seguida doam o dinheiro para os lideres do grupo para fim de “viverem isolados e desprendidos dos bens materiais, onde tudo é de todos”.

Investigações realizadas pela PF apontaram que os integrantes da Seita circulam em veículos luxuosos, mantêm profunda doutrinação religiosa de seus adeptos, submetendo-os a exaustivas jornadas de trabalho, recebendo em troca somente alimentação.

Conforme a PF, se constatada situação de trabalho escravo ou degradante, as pessoas responderão pelo crime capitulado no art. 149 do Código Penal Brasileiro com pena de reclusão de dois a oito anos e multa.

Participam da Operação 90 servidores públicos; 82 policiais federais e sete fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego e um membro do Ministério Público do Trabalho.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.