Deverão participar do encontro em São Paulo representantes da Comissão Nacional da Verdade, criada pela presidente Dilma Rousseff, das comissões que funcionam no âmbito dos poderes executivo e legislativo, em nível nacional, estadual e municipal, além daquelas que foram instituídas por decisão da sociedade civil
Dermi Azevedo – Carta Maior
A integração dos trabalhos investigativos será um dos temas do primeiro encontro nacional das Comissões e Comitês da Verdade, que será realizado nesta semana, no Instituto Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Deverão participar representantes da Comissão Nacional da Verdade, criada pela presidente Dilma Rousseff, das comissões que funcionam no âmbito dos poderes executivo e legislativo, em nível nacional, estadual e municipal, além daquelas que foram instituídas por decisão da sociedade civil.
Estarão também presentes os representantes de comissões criadas de forma corporativa em vários segmentos profissionais e religiosos. É o caso, por exemplo, dos jornalistas profissionais e das igrejas cristãs que atuam de modo ecumênico, entre as quais a Católica Romana, a Episcopal Anglicana, a Ortodoxa e a Presbiteriana Unida.
Críticas
A Comissão Nacional da Verdade certamente receberá, nesse encontro, elogios e críticas. Será elogiada por dar apoio às comissões co-irmãs em todo o país. Mas será também criticada por não divulgar suficientemente, na visão das ONGs de direitos humanos e de anistiados, o andamento dos seus trabalhos. As entidades da sociedade afirmam que estão conscientes dos limites de qualquer investigação (sobretudo quando se trata de apurar os crimes da ditadura), mas reclamam que a CNV não estaria sendo fiel ao critério´básico da informação ampla, geral e irrestrita, essencial em uma democracia participativa.
Igrejas
A comissão das igrejas caminha de forma lenta e progressiva, Tem recebido de bispos, pastores, padres e leigos, de todo o país, informações que abrem caminho para um amplo dossiê sobre a colaboração de membros das igrejas com a repressão. Em julho próximo, a comissão planeja realizar a sua primeira reunião sobre a metodologia do trabalho de investigação, Uma das ideias sugeridas a essa comissão é a de utilizar a experiência de ONGs judaicas que pesquisam a atividade de ex-nazistas.