Colóquio reunirá atores nacionais e internacionais para discutirem tráfico de mulheres indígenas em regiões de fronteiras

Tatiana Félix – Adital

Cerca de 120 especialistas, representantes de governo e da sociedade civil do Brasil, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Peru, República Dominicana, México e Espanha participarão a partir desta quinta-feira (4) doIV Colóquio Nacional e o III Colóquio Internacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (Brasil). Com o tema “Mulheres indígenas desafiando fronteiras” o evento, que segue até sexta-feira (5), vai discutir a problemática do tráfico humano com foco nas comunidades indígenas fronteiriças.

Essas edições dos colóquios fazem parte das atividades de encerramento do projeto Cuña, que atua em casos de violações de mulheres indígenas na fronteira entre Brasil e Paraguai. De acordo com a coordenadora do projeto, Nilda da Silva Pereira, o objetivo do evento é despertar para a realidade do tráfico de mulheres jovens indígenas e fortalecer políticas públicas sobre a questão.

“A violência é forte nas comunidades indígenas, existe um processo de muita exposição de meninas e jovens indígenas para o tráfico. Elas são alvos fáceis e não contam com defesa, pois na região de fronteira o descaso é total, essas meninas são “largadas” e há ainda a cultura de que se pode fazer tudo com o indígena, como ser explorado no trabalho, em lavouras, etc”, explicou.

A realização é do Instituto Brasileiro de Inovações pró-Sociedade Saudável – Centro-Oeste (IBISS-CO) e do Comitê de Enfrentamento ao Trafico de Pessoas do Mato Grosso do Sul (CETRAP/MS), com apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (ONU MULHERES), do Observatório Brasileiro do Trafico de Pessoas e do Fórum de Trabalho Decente e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (FTD-ETP).

Programação

A programação será aberta na manhã desta quinta-feira com o momento de Intercâmbios e conhecimentos sobre o tráfico de mulheres indígenas. Em seguida haverá a apresentação do vídeo Ore Ndaha`ei Mba’ erepy e da pesquisa “Violências nas Comunidades Indígenas de Fronteira Brasil e Paraguai – Projeto Cuña”. Ainda pela manhã haverá o debate “Violência contra a mulher: com a palavra as mulheres indígenas. Que direitos se violam?”.

Na parte da tarde é a vez de os Grupos de Afinação se reunir e discutirem o “Enfrentamento à exploração de mulheres indígenas”. Também serão debatidas as “Demandas e exigências de enfrentamento às violências e tráfico de mulheres indígenas” e as “Violações de direitos no processo migratório e as políticas urbanas de enfrentamento à exploração da mulher nas fronteiras”.

Já na sexta-feira (5) os debates se centrarão em legislações e direito indígena, e em políticas, protocolos, convenções e acordos de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Serão analisados ainda os avanços, retrocessos e os desafios do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Os colóquios serão finalizados após a realização de análise de conjuntura e das capacidades de articulação para lidar com o tráfico de pessoas com foco na questão indígena.

Mais informações pelo site: http://www.ibiss-co.org.br/site/ ou pelos e-mails [email protected] e [email protected]

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

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