Porto Alegre: Jovens fazem “escracho” em frente a ZH e pedem investigação do papel da mídia na ditadura

Foto: Página no Levante Popular da Juventude no Facebook

Por RSURGENTE

Cerca de 300 jovens pertencentes a diversos movimentos de juventude realizaram um “escracho” na manhã desta segunda-feira (27), em frente ao prédio do jornal Zero Hora, em Porto Alegre. Segundo os organizadores, a ação fez parte da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira e teve o objetivo de defender a democratização dos meios de comunicação no Brasil e a investigação, pela Comissão Nacional da Verdade , do envolvimento de grupos de mídia privados na ditadura civil-militar instaurada pelo golpe de 1964.

Em nota distribuída à imprensa, os movimentos que organizaram a manifestaram citaram o projeto Os Donos da Mídia, que aponta o Grupo RBS como terceira maior organização de mídia privada do Brasil em termos de propriedade direta de veículos (ao todo, são 24 emissoras de rádio, 8 jornais diários e 2 canais de televisão com 20 emissoras, além de negócios na área de TV por assinatura, internet, mercado editorial e indústria fonográfica).

Em 2009, diz ainda a nota, uma ação civil pública do Ministério Público Federal de Santa Catarina acusou a RBS da prática de monopólio e contestou a compra do jornal “A Notícia, de Joinville, pelo grupo. Além disso, pediu a redução do número de emissoras de televisão da RBS aos limites previstos no decreto-lei 236, de 1967. E acrescenta:

“Apesar do apelo legal e da pressão social, o pedido foi julgado improcedente e a ação, extinta. Na luta por seus direitos, a juventude gaúcha vai às ruas para denunciar a ditadura da mídia, expressa na concentração e oligopólio dos meios de comunicação pelo Grupo RBS. Com a ação, também solicita a apuração pela Comissão Nacional da Verdade da colaboração dos grupos de mídia privados com a Ditadura Civil-Militar”.

Após o ato, os jovens seguiram em marcha até a Praça da Matriz, onde entregaram na Assembleia Legislativa o manifesto da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, que, em sua plataforma, tem como pontos principais de reivindicação a educação, o trabalho, a reforma política, os direitos sociais e humanos e a democratização dos meios de comunicação.

Compartilhada por Liliana Seró.

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