FAO vai gerir fundo para agricultura familiar na América do Sul

Por Daiane Souza

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) vai gerir o novo fundo de apoio à agricultura familiar do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Criado durante a Reunião Especializada sobre a Agricultura Familiar (REAF), o fundo foi anunciado nesta segunda-feira (25). Mais de 30 milhões de pessoas dependem da agricultura familiar para a subsistência na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

Durante o anúncio o Representante Regional da FAO para América Latina e Caribe, Raul Benítez, afirmou que os países do Mercosul têm sido pioneiros no reconhecimento da importância deste setor. “O Cone Sul da América Latina é o principal produtor de alimentos na região. A contribuição feita pelos agricultores familiares para a segurança alimentar, para a disponibilidade de alimentos e para as economias nacionais os tornam protagonistas na luta contra a fome”, acrescentou Benítez.

Segundo a FAO, 80% das fazendas na América Latina e no Caribe fazem parte desse modelo de agricultura. Além disso, o setor gera mais de 70% dos empregos agrícolas na região. A agenda estratégica da REAF e da FAO será discutida em um seminário nestas terça e quarta-feiras (26 e 27 de fevereiro), no Escritório Regional da FAO, em Santiago, no Chile.

Experiência –No Brasil, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) promove o acesso ao alimento pelas populações em situação de insegurança alimentar. Funciona como um mecanismo que permite ao governo comprar produtos da agricultura familiar para a distribuição e a formação de estoques públicos. O objetivo é garantir a segurança alimentar e nutricional, a regulação de preços e a movimentação de safras e estoques.

O agricultor recebe preço justo para seus produtos e se torna agente do processo, passando por um aprendizado sobre o funcionamento do mercado. Ele também passa a ser capacitado sobre como vender melhor sua produção. Assim, pessoas atendidas por entidades beneficentes e comunidades em situação de risco alimentar passam a receber uma alimentação mais nutritiva e de acordo com seus hábitos alimentares regionais.

O comércio local, que conta com consumidores com melhor poder aquisitivo também se beneficia além do município, que arrecada mais impostos com a geração de renda. O governo passa a gastar menos e atende mais pessoas, pois elimina, principalmente ,despesas de transporte ao adquirir do agricultor familiar aquilo que teria que buscar em outro mercado para atender aos seus programas sociais. Somente em 2012, cerca de 28 mil entidades foram beneficiadas com o Programa.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://www.palmares.gov.br/2013/02/fao-vai-gerir-fundo-para-agricultura-familiar-na-america-do-sul/

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