Nota Pública da CPT MA sobre perseguição contra quilombola maranhense

“Pão que se guarda, não alimenta” (Dom Romero)

José da Cruz, liderança quilombola do Quilombo Salgado, território Aldeia Velha, Pirapemas-Ma, sofreu , no dia de ontem (31), várias intimidações realizadas por PMs da cidade de Pirapemas, que atuam a serviço do latifúndio. Perseguido pela família Pontes desde 1982, teve sua roça destruída por animais de propriedade de Ivanilson Pontes de Araújo. Por não suportar tamanha humilhação, expulsou os animais de sua roça, fato este  que despertou a ira dos fazendeiros, inimigos do povo.

Perseguido pela polícia, foi jogado na cela da cadeia pública de Pirapemas, apanhou da Polícia de Roseana Sarney, ouviu todas as formas de discriminação e foi parar na delegacia regional da cidade de Itapecuru-Mirim.

O crime? Ser quilombola, ser liderança, não ficar caldo diante da injustiça. José da Cruz e outros companheiros estão na lista de marcados para morrer do Maranhão, que conta com vários nomes e não para de crescer. Os conflitos se arrastam na região há 3 décadas. No ano passado, vários jagunços cercaram o território, no quilombo Pontes. A Anistia Internacional já lançou duas Ações Urgentes cobrando dos Governos garantia de integridade aos quilombolas de Aldeia Velha, contudo, apesar de vários esforços coletivos, cada vez mais a violência se torna brutal!

Apesar de estar incluído no Programa Nacional de Defensores de Direitos Humanos, o governo do Maranhão e o Federal assistem de camarote esta violência degradante, neste império do inferno que se chama Maranhão! Aguardam uma liderança ser morta, para lançar notas oficiais de condolência e se solidarizar com a família da vítima.

Basta! Já chega de tanto sofrer! Já chega de tanto chorar!

São Luís do Maranhão, 31 de janeiro de 2013

A Coordenação  da CPT no Maranhão

http://www.cptnacional.org.br/index.php/noticias/13-geral/1447-nota-publica-da-cpt-ma-sobre-perseguicao-contra-quilombola-maranhense

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.