Um dos líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em Campos dos Goytacazes, Cicero Guedes dos Santos, de 49 anos, foi assassinado a tiros na madrugada deste sábado, na Estrada da Flora, via perpendicular a BR-356, que liga Campos dos Goytacazes a São João da Barra. A Polícia Civil do município realizou a perícia no local nesta manhã, mas ainda não informou quantos balas atingiram o ativista. O corpo permanece no IML de Campos e o caso foi registrado na 134ª DP.
Cícero foi assassinado quando retornava para casa, após uma reunião ontem à noite na usina Cambahyba, recentemente ocupada pelo movimento.
A coordenadora do MST no Rio de Janeiro, Marina Santos, suspeita de retaliação e informa que amanhã, antes do enterro, haverá um ato de protesto.
— É óbvio que foi mais um crime de latifúndio na região de Campos, onde sempre aconteceu esse tipo de atrocidade e ninguém nunca é punido. Desta vez, as autoridades têm que investigar — afirma ela.
A família da vítima está acompanhando o processo. O local do velório e do enterro ainda não estão decididos.
O político Marcelo Freixo, também amigo de Cícero, publicou uma mensagem em sua página do Facebook:
“Cícero era uma das mais importantes lideranças do MST. (…) Já falei com a chefe da Polícia Civil, Dr. Marta Rocha, que imediatamente acionou o delegado da região. O delegado, Dr. Geraldo, já me ligou e garantiu a investigação. Vamos acompanhar. A equipe da Comissão de Direitos Humanos da Alerj já está na estrada”.
Freixo lembra ainda que, em 2009, Campos foi a cidade com maior número de casos de escravidão encontrados no Brasil.
Em comunicado, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro afirma que está, desde o primeiro momento, empenhada na investigação da morte do líder MST. O órgão afirma ainda que medidas cautelares estão sendo adotadas para esclarecer a autoria e a motivação do crime.
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http://oglobo.globo.com/rio/lider-do-mst-assassinado-tiros-em-campos-7405727
Enviada por Thiago Lucas.