MST e Via Campesina lamentam a morte da companheira Maria do Fetal

No dia 1º de janeiro, Maria do Fetal, professora de nacionalidade portuguesa que vivia no Brasil há mais de 10 anos, sempre apoiando a luta dos movimentos do campo, foi brutalmente assassinada por seu namorado.

Maria atuava como tradora em atividades da Via Campesina, como na 5ª Conferência Internacional, ocorrida em Moçambique, e fez parte da Comissão Internacional de Mulheres (CIM) da Via, ajudando a traduzir uma cartilha da Campanha “Basta de Violência Contra as Mulheres”.

O MST e a Via Campesina Internacional lamentam a morte de Maria do Fetal. Abaixo, leia a nota da Comissão Internacional de Mulheres da Via Campesina sobre a vida de Maria, e o legado que ela deixa às companheiras e aos companheiros:

Estimadas companheiras e companheiros,

Recebemos a triste e revoltante noticia dando conta de que a nossa companheira Maria Do Fetal de Almeida tinha sido assassinada pelo seu namorado no dia 1 de janeiro de 2013, em São Paulo, Brasil.

Maria, de nacionalidade portuguesa e residente no Brasil há mais de 10 anos (fez Doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo – USP) esteve apoiando desde que chegou no Brasil o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Via Campesina Brasil e Internacional.

A Maria do Fetal fez parte, entre muitas outras atividades, da equipe de intérpretes para a 5° Conferencia Internacional da Via Campesina, que ocorreu em Moçambique em 2008. Ultimamente Maria tinha apoiado a Comissão Internacional de Mulheres (CIM) da Via Campesina com a tradução de nossa Cartilha da Campanha Basta de Violência Contra as Mulheres e como intérprete em vaárias atividades de nossa organização.

De nossas trincheiras de luta, de nossas organizações, da CIM da Via Campesina, nos declaramos revoltadas e revoltados com essa notícia que atingiu a mais uma de nossas companheiras, e esperamos que as autoridades judiciais brasileiras julguem o assassinato e penalizem o assassino como a Lei determina.

Maria era uma mulher forte, uma mulher preocupada como todas as mulheres que estão dentro da dupla e tripla jornada de trabalho e participam de organizações, sabia que o importante nessa vida é “lutar e guerrear”; parafraseando Simone de Beauvoir, a própria Maria nos disse um dia: “não se nasce mulher, torna-se mulher”.

Seu exemplo de militância e dedicação de professora nos motiva a seguir lutando por uma sociedade mais justa, igualitária e internacionalista, como Maria sempre foi. Mais do que nunca, nossa luta é indispensável em todos os lugares do mundo e contra todo tipo de violência!

COMPANHEIRA MARIA: PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE! HOJE E SEMPRE!

As campesinas e os campesinos da Via Campesina dizem: BASTA DE VIOLENCIA CONTRA AS MULHERES!

http://www.mst.org.br/content/mst-e-campesina-lamentam-morte-da-companheira-maria-do-fetal

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.