DF – Com nariz de palhaço, advogados da União pedem saída de Adams, na CCJ do Senado

Manifestantes gritam 'fora Adams' em comissão do Senado para ouvir advogado-geral da União (Foto: Nathalia Passarinho/ G1)

Com apitos, eles interromperam início da fala do advogado-geral da União. Manifestantes gritaram ‘fora, Adams’ e foram advertidos por presidente.

Nathalia Passarinho e Iara Lemos, do G1, em Brasília

Com nariz de palhaço e apitos, advogados da União interromperam depoimento do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para pedir que ele deixe o cargo.

“Fora Adams, fora adams”, gritaram os manifestantes, que disseram ser membros da Associação Nacional dos Advogados da União.

O presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) falou no microfone que chamaria os seguranças para retirar os manifestantes caso eles continuassem a obstruir a audiência com apitos e palavras de ordem. Os advogados da União, então, retiraram os narizes de palhaço e permaneceram em silêncio.

“Estamos aqui para defender a instituição. Queremos a saída do Adams após essas denúncias”, disse uma manifestante que não quis se identificar.

Adams é esperado para falar sobre o ex-advogado-geral-adjunto José Weber Holanda, que era seu auxiliar direto e foi exonerado devido a suspeitas de envolvimento com o esquema.

Segundo a PF, Weber de Holanda teria beneficiado o ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) na regularização de duas ilhas no litoral paulista, emitindo parecer favorável na AGU em troca de vantagens. As investigações dizem que ele recebeu uma viagem de cruzeiro, além de propina, pelas mãos de Paulo Vieira, diretor exonerado da Agência Nacional de Águas, apontado como o chefe do suposto esquema. Ele nega as acusações e diz que pagou pela viagem.

A AGU informou nesta segunda-feira que vai rever 40 atos assinados por Weber de Holanda. Após a operação Porto Seguro, a AGU decidiu fazer um levantamento de todos os atos assinados no período em que Holanda ocupou cargo de advogado-geral-adjunto, entre 9 de julho de 2010 e 26 de novembro de 2012.

De acordo com a AGU, Holanda assinou 942 atos, na função advogado-geral adjunto. De acordo com o órgão, desse total, 40 são manifestações jurídicas e serão revisados para verificar se “estão tecnicamente corretos”. Os outros documentos assinados pelo ex-servidor são “atos meramente administrativos ou burocráticos”, de acordo com a AGU.

Dos 40 atos assinados, sete dizem respeito às ilhas das Cabras (no litoral norte paulista) e Bagres (na região do porto de Santos). Esses sete atos foram suspensos pela AGU, na última quinta (29).

http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/manifestantes-gritam-fora-adams-e-interrompem-audiencia.html.

Enviada por Sonia Mariza para Combate ao Racismo Ambiental.

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