Terra indígena deve ser ampliada em MT e produtores terão que sair

Funai concluiu estudos para aumentar tamanho de área indígena em 5 vezes. Índios exigem a saída dos produtores rurais e querem ocupar toda a área

A Fundação Nacional do Índio (Funai) terminou os estudos para a ampliação de uma área indígena em Brasnorte, a 580 quilômetros de Cuiabá. Muitas propriedades rurais ficaram dentro da terra indígena, o que preocupou os fazendeiros. Os indígenas exigem a saída dos produtores rurais e querem ocupar toda a área.

A região é uma das mais valorizadas do estado. O hectare chega a custar R$ 15 mil. Perto das grandes fazendas estão duas reservas indígenas. Antes a terra indígena Irantxe tinha 45 mil hectares, mas agora, segundo a Funai, a área destinada aos índios é de 252 mil hectares, o correspondente a cinco vezes mais. Foi criada a terra indígena Irantxe Manoki.

Os índios montam guarda e vigilância para exigir a saída dos produtores rurais. “Tem gente dentro da nossa área, extraindo madeira ilegal”, afirmou o líder dos índios Bernardinho Irantxe. De acordo com o cacique Manoel Irantxe, uma das fazendas localizadas na área dos Manoki não tem nenhuma produtividade. “A gente vê que a terra continua do mesmo jeito. A sede que está aqui foi trazida bem na nossa divisa. A gente não sabe como fazer”, reclamou.

O advogado dessa fazenda alegou que a propriedade é produtiva desde 1960 e nunca foi ocupada por índios. “Essa propriedade é produtiva desde 196, foi aberta, possuiu pista de pouso homologada e nunca foi ocupada por índios”, disse o advogado Rodrigo Deon. Segundo ele, a Funai encomenda o laudo a antropólogos que, algumas vezes, são ligados a Organizações Não-Governamentais (ONGs) que subsidiaram a ampliação. “A Funai decide as regras e julga tudo isso”, afirmou o advogado.

A Funai quer a paralisação de todas as atividades produzidas pelos não-índios. “É completamente proibido a exploração de qualquer recurso da terra indígena e não pode ter nenhuma autorização para as atividades que hoje existem, como a pecuária, extração de madeira e monocultura”, Antônio Carlos Aquino, coordenador regional da Funai de Juína.

A Funai informou que o estudo foi feito de acordo com critérios técnicos e negou qualquer envolvimento ou influência de ONGs na ampliação da área.

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/09/terra-indigena-deve-ser-ampliada-em-mt-e-produtores-terao-que-sair.html

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