Falta vontade política em investigar incêndios nas favelas de São Paulo

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Incêndios em áreas valorizadas (democraciapolítica)

Essa é a opinião do coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Benedito Barbosa, que trabalha junto de movimentos urbanos. Uma pesquisa aponta que grande parte dos incêndios foram em áreas onde crescem a valorização imobiliária.

Incêndios nas favelas da cidade de São Paulo não são fatos recentes. Porém, esse processo vem se intensificando de maneira acelerada nos últimos anos.

O estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) aponta, por exemplo, que a região em que está localizada a favela de São Miguel Paulista, incendiada no final de agosto, teve a maior valorização imobiliária da capital. Em apenas dois anos a alta foi de 214%.

A pesquisa da FIPE também revela que as áreas que possuem mais favelas são as que têm menos incêndios. Já na zona sul paulistana não houve nenhum incêndio. Essas áreas aglomeram mais de 21% das favelas da capital e são as mais desvalorizadas pelo mercado imobiliário.

O coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), Benedito Barbosa, considera que esses dois fatores deveriam ser melhor investigados pelo poder público. Apesar da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os incêndios na Câmara Municipal de São Paulo, as investigações não vão para frente e correm risco de serem encerradas sem nem um relatório conclusivo.

Para Benedito, se trata “de falta de vontade política do poder público”. Ele ressalta que a CPI estava sendo conduzida por vereadores da base de apoio do governo municipal de Gilberto Kassab (PSD).

Diante de diversas especulações que surgem em relação ao papel dos órgãos públicos no processo, Benedito diz que é difícil afirmar que haja interesse da própria prefeitura em esvaziar as áreas para servir a interesses de construtoras e empresários.

No entanto, o militante aponta para exemplos concretos, como o caso da favela da Estação, na qual a sub-prefeitura tem impedido os moradores de retornarem às suas casas. Isso ocorreu mesmo depois do Ministério Público de São Paulo impedir a demolição das moradias.

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