Lucas Simões, Jornal OTEMPO
Começou ontem uma megaoperação da Polícia Civil para apurar cerca de 1.500 denúncias e inquéritos ainda sem solução envolvendo casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em Belo Horizonte. Os trabalhos têm a intenção de concluir, até meados de outubro, 500 inquéritos que se arrastam em delegacias – alguns iniciados há mais de dez anos.
A delegada Tânia Darc Vieira, chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família, ressaltou que houve aumento no número de casos de abuso sexual infantil, mas não revelou dados estatísticos. Ontem, foram analisados 30 casos e ouvidas cerca de cem pessoas na delegacia. Pelo menos três suspeitos deverão ter mandados de prisão ou busca e apreensão solicitados à Justiça ainda nesta semana, segundo a delegada.
Denominada Anti-Herodes, a operação é composta por três diferentes frentes. Na primeira, serão verificadas 500 denúncias de exploração sexual feitas de forma anônima e que ainda não puderam ser analisadas.
A segunda frente terá a competência de dissecar cerca de mil inquéritos pendentes. “Muitas vezes, as vítimas têm idades entre 1 e 3 anos, e a família não quer submeter a criança a um exame de corpo de delito ou tem medo do agressor, que, em muitos casos, mora na mesma casa. Isso tudo dificulta os trabalhos”, explica a delegada.
Prevenção. A terceira etapa da terá como foco montar operações preventivas em motéis, drive-ins, casas noturnas e outros locais em que existam indícios de favorecimento à prostituição infantil, como o alto da avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, local em que haverá atuação policial, segundo Tânia.
Números. Ao todo, mil pessoas participam da Operação Anti-Herodes, incluindo membros do Ministério Público e do Juizado da Infância e da Juventude.
O projeto conta com o apoio de 200 policiais civis, 200 militares e 30 escrivães.
Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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