A poucos dias da realização da Rio+20, principal evento deste século para a defesa do planeta e de seus habitantes e para o qual muito temos nos preparado, gostaríamos de compartilhar nosso posicionamento sobre um tema que diz respeito à nossa reputação.
No último dia 11 de abril, começou a circular pela internet uma petição demandando a autoridades do Brasil e do exterior que o empresário suíço Stephan Schmidheiny, criador da Fundación Avina, seja impedido de participar das atividades da Rio+20.
Essa petição é uma farsa, uma mobilização artificial em ataque à integridade de uma pessoa. Embora Stephan Schmidheiny tenha sido um dos principais arquitetos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a conferência original mundialmente conhecida como Rio-92, ele não tem a intenção e nunca planejou participar da Rio+20.
A petição evoca a decisão em primeira instância do Tribunal de Turim (Itália), que em 13 de fevereiro deste ano definiu sentença contra Stephan Schmidheiny por omissão intencional de medidas de segurança e saúde ocupacional, causando desastre por processamento de asbesto no antigo Grupo Italiano Eternit. A sentença é de 16 anos de prisão e prevê indenizações de milhões de euros.
O resultado do julgamento foi considerado incompreensível pela defesa de Stephan Schmidheiny, que evidenciou sérias violações de procedimentos legais no processo e apelará da sentença. Nós que conhecemos e respeitamos a trajetória de Stephan Schmidheiny, acreditamos ser oportuno compartilhar aqui alguns fatos que os que o atacam em público evitam mencionar. Para tanto, caso seja do seu interesse conhecer maiores detalhes sobre o processo de julgamento e apelação de Stephan Schmidheiny, anexamos comunicado de seu porta-voz, Peter Schürmann.
Fiel ao compromisso de contribuir para o desenvolvimento sustentável da América Latina, a Fundación Avina está indignada com esta mobilização desinformada contra a participação de seu fundador na Rio+20. Além de ter sido um dos visionários da conferência vinte anos atrás, Stephan Schmidheiny é um pioneiro da responsabilidade social empresarial e foi o primeiro a levantar a necessidade de substituir o amianto na indústria. Há décadas ele abandonou seus investimentos nessa área e pôs em prática um programa inovador de desenvolvimento de produtos livres de amianto, matéria-prima que infelizmente , vale ressaltar ,ainda é processada legalmente em muitos países, inclusive no Brasil.
Ainda a fim de desmentir informações falsas que se desdobram a partir da mencionada petição, esclarecemos que Stephan Schmidheiny deixou de ser presidente da Fundación Avina em 2003 e, desde então, não participa de seu Conselho nem de suas operações. O financiamento de nossa fundação não depende mais de nosso fundador, mas a trajetória de líder empresarial de Stephan Schmidheiny, legitimada em fóruns como o Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável, nos acompanha e fará sempre parte do nosso DNA. É um privilégio trabalhar com a visão e os valores que ele nos deixou como seu maior legado.
Neste exato período, a Fundación Avina está organizando uma pauta de trabalho para participar da Rio+20, com o objetivo de criar um espaço de inovação e intercâmbio em que acadêmicos, economistas, sociólogos, filósofos, gestores governamentais, líderes empresariais e empreendedores sociais de várias partes do mundo possam refletir, debater e apontar propostas para a emergência de uma nova economia. Pelo compromisso abraçado por nossa instituição e também pela dignidade de Stephan Schmidheiny, nós não podemos permitir que esta oportunidade histórica seja perdida.
Cordialmente,
Neylar Lins
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http://www.reporterbrasil.org.br/conteudo.php?id=159****
Enviada por Fernanda Giannasi.
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