Jogo de Angola, por Clara Nunes

No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola
Nasceu no Brasil quilombo e quilombola
E todo dia negro fugia juntando a curriola
De estalo de açoite de ponta de faca e zunido de bala
Negro voltava pra cola no meio da senzala
E ao som do tambor primitivo: beirimbau, laraque e viola
Negro gritava: abre ala
Vai ter jogo de angola

perna de brigar camará
perna de brigar olê
ferro de furar camara
ferro de furar olê
arma de atirar camará
arma de atirar olê oleeeeee

Dança guerreira, corpo do negro é de mola na capoeira
Negro embola e desembola
E a dança que era uma festa do dono da terra
Virou a principal defesa do negro na guerra
Tendo o que se chamou libertação
E por toda força, coragem e rebeldia
Louvado será todo dia
Esse povo cantar e lembrar o jogo de Angola da escravidão do Brasil

perna de brigar camará
perna de brigar olê
ferro de furar camará
ferro de furar olê
arma de atirar camará
arma de atirar olê oleeeeee

Repete

perna de brigar camara
perna de brigar olê
ferro de furar camará
ferro de furar olê
arma de atirar camará
arma de atirar olê oleeeeee

Repete

perna de brigar camara
perna de brigar olê
ferro de furar camará
ferro de furar olê
arma de atirar camará
arma de atirar olê oleeeeee


Autores: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro (1978)

Enviada por José Carlos.

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