SPM pede explicações à USP sobre discriminação sexista em recepção da calourada de Direito no campus Ribeirão Preto

Grupo de calouras foi impedido de sair do local, pois se negou a desfilar diante dos demais alunos, abaixando-se ao final do percurso com o objetivo de exibir seus corpos para  diversão dos outros convidados da festa

Em ofício encaminhando à reitoria da Universidade de São Paulo (USP), a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), solicitou explicações acerca de discriminação sexista na recepção da calourada no campus da universidade em Ribeirão Preto. Os fatos relatados por alunas e alunos do 1º ano do curso de Direito teriam acontecido, em fevereiro passado, na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto durante a chamada “Festa da Coroação”.

De acordo com os alunos, um grupo de calouras foi impedido de sair do local, pois se negou a desfilar diante dos demais alunos, abaixando-se ao final do percurso com o objetivo de exibir seus corpos para a diversão dos outros convidados da festa. Outro relato, diz respeito ao juramento de cunho sexual que as calouras e calouros teriam que proferir.

No documento enviado à reitoria da USP, no dia 19 de abril, a SPM apontou para a importância da função social das instituições de ensino em educar e ensinar discentes no sentido de “desvincular o papel da mulher de um mero objeto sexual”. A Secretaria está acompanhando o desenrolar do caso por meio de sua Ouvidoria. 

Segundo noticiado pelos meios de comunicação, em 11 de abril, a USP iniciou o processo de apuração do caso, que havia sido repudiado em nota por professoras e professores, entidades e estudantes, inclusive, de diferentes estados brasileiros.

TROTES SEXISTAS –  No dia 3 de abril, a ministra Eleonora Menicucci, da SPM, encaminhou denúncia da existência de conteúdo discriminatório na publicação “Manual de Sobrevivência”, elaborado por estudantes do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em ofício, a ministra solicitou providências ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao procurador-chefe da Procuradoria-Geral da República no Estado do Paraná, Orlando Matello Junior, e ao reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Abel Sobrinho.

As denúncias foram feitas à SPM e registradas na Ouvidoria da Mulher. Na representação encaminhada às autoridades, a ministra Eleonora Menecucci argumentou que “o caso torna-se emblemático por se tratar de espaço universitário voltado ao direito, no qual veteranos teriam se apropriado de legislação em tom paródico e androcêntrico, em clara discriminação”.

http://www.sepm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/05/10-05-2013-spm-pede-explicacoes-a-usp-sobre-discriminacao-sexista-em-recepcao-da-calourada-de-direito-no-campus-ribeirao-preto

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