Desde 2009, MA já registrou oito mortes por encomenda no campo

Por Osvaldo Viviani

O Maranhão registrou oito homicídios por encomenda no campo, de 2009 até abril deste ano. As vítimas eram lideranças de trabalhadores rurais, quilombolas e uma cacique indígena. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que anualmente faz um levantamento dos assassinatos no campo. Nenhum mandante está preso.

Em 2009, houve um assassinato no campo no Maranhão, segundo a CPT. O quilombola Agenor de Sousa Pereira, que morava na comunidade Santarém, em São Luís Gonzaga, foi morto a facadas no dia 7 de agosto daquele ano. Ele era membro da Associação do Povoado Bom Sossego. A comunidade onde vivia Agenor é área de conflito fundiário. Desde 1994, foi pedida a desapropriação da comunidade, por tratar-se de território quilombola, mas até hoje nada foi feito. Enquanto isso, a comunidade sofre pressão e ameaças dos supostos “donos” das terras.

No ano de 2010, recrudesceram os conflitos agrários. Aconteceram quatro assassinatos no campo, no Maranhão. Foram mortas três lideranças rurais – Raimundo Pereira da Silva, o “Raimundo Chagas” (em 14 de janeiro, em Codó); Francisco Ribeiro Viana, 55 anos (em 20 de abril, em Santa Luzia); e Elias Ximenes Ferreira, 52 anos (em 22 de setembro, em São Mateus) – e um líder quilombola – Flaviano Pinto Neto, 45 anos (em 30 de outubro de 2010, em São Vicente Ferrer).

No ano passado (2011), no dia 2 de outubro, mais uma liderança quilombola foi morta por encomenda: Valdenilson Borges, 24 anos, assassinado a facadas no Quilombo Rosário, em Serrano do Maranhão.

Neste ano de 2012, já são dois os homicídios de encomenda no campo, no estado. O sindicalista rural Raimundo Alves Borges, 53 anos, foi morto com três tiros (um na cabeça e dois nas costas) em Buriticupu, no dia 14 de abril. Duas semanas depois, em 28 de abril, a cacique Maria Amélia Guajajara, 57 anos, também foi assassinada a tiros, na aldeia Coquinho 2, em Grajaú.

A CPT calcula que nada menos do que 85 pessoas estão atualmente ameaçadas de morte em razão de conflitos agrários em 29 municípios maranhenses.

De 1985 a 2011, mais de 120 pessoas foram assassinadas no campo no Maranhão.

http://www.jornalpequeno.com.br/2012/5/2/desde-2009-ma-ja-registrou-oito-mortes-por-encomenda-no-campo-195896.htm

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