O futuro do Pará nas urnas

Expectativa, problemas sociais e interesses marcam as eleições sobre criação de novos estados no Pará

Carreata favorável à criação de Carajás e Tapajós provoca manifestantes contrários à divisão do Pará - Foto: Antonio Cicero/Folhapress

Marcio Zonta, de Marabá (PA)

Há menos de um mês do plebiscito que pode definir a divisão do estado do Pará em três – Tapajós, Carajás e Novo Pará –, a primeira pesquisa encomendada ao Datafolha pela TV Tapajós (Santarém), TV Liberal (Belém) e o jornal Folha de S. Paulo revela que a decisão do próximo dia 11 de dezembro tenderia pela não separação do estado paraense.

Dos 880 eleitores ouvidos em 42 municípios paraenses, entre os dias 7 e 10 de novembro, 58% se manifestaram contra a criação do Estado do Tapajós,– resultando, pela margem de erro, entre 55 e 61%; 33% são favoráveis a divisão – pela margem de erro, somando entre 30 e 36%; e 10% não sabem ou não responderam.

Segundo a pesquisa, os eleitores que votariam contra o novo estado somam 58% – entre 55 e 61%, pela margem de erro; votariam a favor 33% – pela margem de erro, 30 e 36%; e 8% não sabem ou não responderam. (mais…)

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Debate sobre a obra “O escravismo colonial”, de Jacob Gorender, dia 01/12, às 19h, USP

Obra-prima de Jacob Gorender ganha 5ª edição após 26 anos

Relançada pela Editora Fundação Perseu Abramo, a polêmica tese “Escravismo colonial” reinterpreta o legado de Gilberto Freyre, renova o marxismo brasileiro e consolida-se como a mais notável contribuição contemporânea acerca deste período histórico.

Reconhecido como um dos registros mais notáveis da historiografia recente do Brasil, O escravismo colonial, de Jacob Gorender, ganha 5ª edição pela Editora Fundação Perseu Abramo (EFPA). Publicado anteriormente entre o final da década de 1970 e a primeira metade dos anos 1980, o livro – na época, considerado polêmico por contestar as teses defendidas por pensadores devotos de Gilberto Freyre – debate a concepção histórica sobre o modelo de escravismo implantado no país e propõe a inserção do fenômeno entre as possíveis considerações sobre a formação do modelo de socioeconomia brasileira.

Passados 26 anos desde a sua última edição, “O escravismo colonial” afirma-se como a mais sólida análise contemporânea acerca da argumentação gilbertiana sobre o sistema escravocrata implantado no Brasil colonial e suas consequênciasque perpassam a ascensão do capitalismo, em meados do século XIX, até os dias de hoje.

Gorender reinterpreta os clássicos modelos derivados de Freyre e desconsidera a suposta existência de um regime feudal brasileiro, subsistente ou paralelo ao sistema escravista. Sua tese de escravismo colonial suscita outra via para o entendimento da formação econômica do país, ao admitir o fenômeno como o grande responsável pelo fortalecimento da unidade lusitana na América Latina, em contraponto à fragmentação observada no território hispânico. (mais…)

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Votação do Código Florestal no Senado é adiada para a semana que vem

Ivan Richard, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Contrariando o desejo de governistas e da própria oposição, a votação do novo Código Florestal, prevista para hoje (30), foi adiada para a próxima terça-feira (6). Isso porque, ontem (29), o PSOL conseguiu obstruir a votação de um requerimento de urgência que iria possibilitar que a votação do projeto ocorresse hoje.

Com base em trechos do Regimento Interno do Senado, o líder do partido, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), alegou que o substitutivo do senador Jorge Viana (PT-AC), que será votado no plenário, não havia sido publicado ainda no Diário do Senado.

Como o regimento da Casa prevê que, para quebra do interstício, há a necessidade de concordância unânime de todos os líderes, e o PSOL manteve a posição de não permitir a votação. Com isso, a análise da matéria acabou ficando para a próxima semana. (mais…)

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Publicação do ISA sobre povos indígenas tem lançamento em Manaus

Considerada referência editorial, série “Povos Indígenas do Brasil” reúne os principais fatos ocorridos entre 2005 e 2010

Aldeia do povo Enawenê-nawê (MT) realiza ritual Yãkwa, que foi tombado pelo Iphan e pela Unesco, mas encontra-se ameaçado

Elaíze  Farias

Dez novas etnias foram incluídas no quadro de povos indígenas no Brasil nos últimos cinco anos. Também foi identificado um aumento populacional de indígenas no país.

Pelo menos um povo indígena da Amazônia teve um decréscimo em sua população. De cinco, os juma passaram a ser apenas quatro pessoas. No texto dedicado aos índios juma, a autora Luciana Barroso C. França relata uma viagem de visita dos últimos remanescentes do povo a sua terra de origem, no Amazonas. Atualmente, os Juma vivem em um território junto com outro povo, Uru-eu-wau-wau, em Rondônia.

Informações como estas fazem parte de um extenso volume que o Instituto Socioambiental (ISA) lança em Manaus, nesta quarta-feira (30). O 11º volume da série “Povos Indígenas do Brasil” reúne em 763 páginas a história e os fatos recentes envolvendo os indígenas do país.

A obra, espécie de “enciclopédia” atual dos povos indígenas, faz parte de uma série que o ISA começou a produzir há 31 anos. Hoje, as edições do ISA estão entre as principais fontes de informação do gênero no país. O livro traz 166 artigos analíticos, 810 notícias, 236 fotos e 33 mapas. (mais…)

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Pressão contra projetos de usinas no Peru

Fabio Murakawa, Valor Econômico

Quatro das cinco usinas hidrelétricas que seriam erguidas no Peru por construtoras brasileiras e que exportariam o excedente de energia para o Brasil não sairão do papel por conta da oposição de populações indígenas e da pressão de grupos ambientalistas, disse ao Valor uma fonte do governo brasileiro familiarizada com o tema.  As empresas que estão envolvidas nesses projetos – Eletrobras, Odebrecht, Engevix e Andrade Gutierrez – confirmam a paralisação dos trabalhos e dizem aguardar a autorização de Brasília para retomar os contatos com o governo peruano.

Os empreendimentos enfrentam forte oposição no país e uma repercussão negativa na mídia peruana por alagarem reservas nacionais e provocarem o deslocamento de povos nativos.

A primeira a jogar a toalha oficialmente foi a Odebrecht, que na semana passada anunciou que não tem mais interesse em construir a hidrelétrica de Tambo 40, no centro do país, após reunião de membros da empresa com indígenas da Central Ashaninka do Rio Ene, que vem liderando um movimento contra a construção das usinas. (mais…)

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Incra discute regularização quilombola em Brasília

De quarta-feira (30) a sábado (03), o Incra reúne em Brasília, na sede da Autarquia, técnicos, antropólogos e empresas responsáveis pela elaboração de relatórios antropológicos para discutir o aprimoramento da regularização fundiária de comunidades quilombolas no Brasil.  O evento, realizado pela Coordenação-Geral de Regularização de Territórios Quilombolas (DFQ) vai planejar às atividades relativas à regularização fundiária dos territórios das comunidades para o biênio 2012/2013.

No primeiro dia do encontro será feito um planejamento geral das atividades de regularização fundiária de territórios quilombolas desenvolvidas nas Superintendências Regionais. Na quinta-feira (1º), na sexta (02) e no sábado (03) os participantes do evento discutirão os temas relacionados a realização dos trabalhos de campo e a elaboração dos Relatórios Antropológicos.

O Relatório Antropológico identifica e delimita  as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos necessárias à garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural e fazem parte dos Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID). (mais…)

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Nota aos trabalhadores em greve nos canteiros da UHE Belo Monte

Quando indígenas, pescadores, ribeirinhos, populações das zonas rurais e urbanas ocuparam os canteiros da usina de Belo Monte no final do mês passado, em outubro/2011, reafirmaram que não aceitam a construção desta hidrelétrica, projeto que há décadas denunciam como violador do rio, da floresta e da vida.

Caso construída, a UHE Belo Monte represará e secará 100 Km de um dos rios mais importantes do planeta, tudo isso para atender a ganância de indústrias e mineradoras que já destruíram mais de 1/3 de todos os recursos naturais da Terra, causando catástrofes ambientais e sociais devastadoras. Mesmo assim o governo brasileiro e a Norte Energia (NESA) seguem com o plano de construir Belo Monte.

Agora são os trabalhadores da construção civil que novamente escancaram o belo monte de problemas que esta usina está provocando. Motivados por baixos salários, desvio de função, quebra de acordos, maus tratos e até mesmo fornecimento de água contaminada e comida estragada, conforme denunciaram, os operários entraram em greve e fecharam a Transamazônica para chamar atenção à sua situação. (mais…)

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