Nota Pública de Repúdio à Homenagem Póstuma ao Coronel Ustra

Brasília, 28 de outubro de 2015.

O Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura vem através desta Nota Pública expressar indignação e protesto e ao mesmo tempo solicitar esclarecimentos do Ministério da Defesa diante da decisão do general José Carlos Cardoso, comandante da 3ª Divisão de Exército, em Santa Maria (RS), de promover, no dia 26 de outubro, “solenidade militar em homenagem póstuma” ao coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, notório torturador e agente da ditadura militar.

O coronel Ustra comandou o DOI-CODI do II Exército (São Paulo) de 1970 a 1974, sendo responsável direto por tortura e desaparecimentos forçados de centenas de brasileiras e brasileiros e pelo assassinato de mais de 40 pessoas, conforme relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que o incluiu na lista oficial de torturadores a serviço do regime militar. (mais…)

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O Ustra está morto. Viva a tortura!

O coronel Ustra teve a finalização das funções de seu corpo físico. Contudo, a máquina de triturar corpos e produzir medo, em meio à democracia, permanece

Por Edson Teles*, em Carta Maior

Morreu o coronel Ustra, comandante por quatro anos do maior centro de torturas do Exército brasileiro durante a ditadura, o Doi-Codi da rua Tutoia em São Paulo.

No pensamento político inglês do século XVI se estabeleceu a teoria dos dois corpos do Rei. Além do corpo físico e biológico comum a qualquer outro ser humano, o rei possuía um corpo místico, que nunca morria, simbólico e jurídico, indicando as funções de poder do reinado. Se o corpo natural estava exposto à morte, às perversões e à impunidade, o outro corpo definia-se pelas estratégias políticas. Por isto vemos em alguns filmes de época a expressão “O Rei está morto. Viva o Rei!”, demonstrando que as estruturas políticas permanecem apesar da morte do corpo físico que executava aquelas atividades próprias às suas engrenagens. (mais…)

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Há 40 anos, ditadura militar matava o jornalista Vladimir Herzog sob tortura

Homenagens começam neste domingo, 25, às 14h30, com missa na Catedral da Sé

Por Lúcia Rodrigues, en Caros Amigos

A morte sob tortura do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, há 40 anos, no dia 25 de outubro de 1975, no DOI-Codi de São Paulo, o principal centro de repressão do país, começou a fazer ruir a ditadura militar. A comoção tomou conta da sociedade e o culto ecumênico de sétimo dia realizado na Catedral da Sé, no centro da capital paulista, reuniu milhares de pessoas e acabou se convertendo na primeira manifestação de massas desde o Ato Institucional número 5 (AI-5), que considerava subversão qualquer reunião com mais de mais três pessoas. (mais…)

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Por mais histórias

Projeto defende a valorização do legado cultural da presença negra no Brasil e espalha pelo estado do Rio de Janeiro iniciativas que marcam a história da última geração de africanos escravizados no Sudeste

Iara Pinheiro – Instituto Ciência Hoje/ RJ

Pense rápido: a quantos filmes brasileiros você já assistiu com protagonistas negros? Se excluirmos dessa lista os que tenham como tema a pobreza, a favela e o tráfico de drogas, quantos sobram? Bem, esse é apenas um dos sintomas da permanência do racismo na sociedade brasileira. Mais de um século após a abolição da escravidão, o projeto Passados Presentes visa ampliar o leque de representação e de identificação da cultura negra, para que esta não se restrinja à narrativa de submissão e enfatize o histórico de lutas e a intensa produção cultural que sobreviveu, apesar de toda repressão. (mais…)

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Quando São Paulo repete a ditadura

Ao impor sigilo sobre políticas públicas essenciais, governo paulista pretende impedir sociedade de avaliar o que não vê. Lógica é idêntica à adotada pelos governos pós-1964

Por Flávio Siqueira Jr – Outras Palavras

Concebia na década de 1970, uma das teorias de análise de políticas públicas mostra que as soluções encontradas pelos tomadores de decisão não necessariamente guardam relação com o problema apresentado. Esse modelo teórico foi chamado de “garbage can” ou lata de lixo, pois mostra que as soluções não implementadas são jogadas no lixo; mas tempos depois, diante de novos problemas, os tomadores de decisão reviram a lata de lixo para encontrar aquela proposta pronta e aplicá-la ao novo problema. Ou seja, haverá sempre uma solução pronta esperando a oportunidade de ser usada. (mais…)

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Documentário inédito dá voz às mulheres que lutaram na Ditadura Militar

Por Tamiris Gomes, em Catraca Livre

Após 12 anos de intensa produção, as diretoras Danielle Gaspar e Krishna Tavares trazem à tona o depoimento de mulheres que lutaram na Ditadura Militar do Brasil, no documentário batizado de “Atrás de Portas Fechadas”. São 73 minutos em que o público mergulha em um registro histórico sobre ex-militantes de organizações que protestavam pela participação política contra a repressão.

A ideia do projeto nasceu de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) quando as duas ainda cursavam a faculdade de jornalismo na PUC-Campinas, em 2003. (mais…)

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Major Curió confessa à Justiça que matou prisioneiros no Araguaia

Em um depoimento inédito à Justiça Federal, Sebastião Rodrigues de Moura, 77 anos, o Major Curió, revelou que matou dois prisioneiros da Guerrilha do Araguaia no início da década de 70, durante o regime militar

Leandro Mazzini, do UOL / CPT

A audiência em segredo de Justiça ocorreu ontem na 1ª Vara Federal de Brasília, sob comando da juíza Solange Salgado. Curió enviara atestado médico para não comparecer, mas a juíza recusou e expediu mandado de condução coercitiva e a Polícia Federal buscou Curió em casa. (mais…)

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Coronel Ustra e outros carniceiros de gente que morreram felizes por aqui, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

Quando o ex-ditador argentino Jorge Videla morreu aos 87 anos de “causas naturais”, ele cumpria pena de prisão perpétua no Centro Penitenciário Marcos Paz por cometer crimes de lesa humanidade.

O carniceiro comandou o golpe de março de 1976, que derrubou o regime democrático, e coordenou a repressão entre 1976 e 1983 – quando mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por questões políticas, e centenas de bebês de ativistas foram sequestrados ou desapareceram. Em 2010, foi condenado à prisão perpétua, depois de ter sido condenado e anistiado anteriormente. Videla chegou a confessar que as mortes foram necessárias. (mais…)

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Com a morte de Ustra, a impunidade venceu a justiça

Dia triste para todos familiares de mortos e desaparecidos sob as ordens do ex-comandante do DOI-Codi. E para os que sobreviveram às torturas. Porque Ustra morreu num hospital e não na prisão

Por , Ponte Jornalismo

Hoje é um dia triste. Morreu, nesta quinta-feira, (15/10), aos 83 anos, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi, um dos maiores centros de tortura da ditadura civil-militar.  Viveu 60 anos a mais do que meu tio, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, a quem ele impediu de seguir sua vida ao comandar as intermináveis sessões de tortura que o levaram à morte, em 19 de julho de 1971. Ustra morreu de “morte morrida” e não de “morte matada”, como suas vítimas. (mais…)

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Brasil anistia professores perseguidos pela ditadura

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Anistia fez hoje (14) um pedido de desculpas oficial do governo brasileiro a professores perseguidos pela ditadura militar. O pedido ocorreu durante sessão de julgamento temática, por ocasião do Dia dos Professores. Os professores presentes, Ana Maria Pinho Leite Gordon, Mariluce Moura e Adriano Diogo, foram anistiados e puderam dar seu testemunho sobre experiências vividas durante o período militar. (mais…)

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