Com a morte de Ustra, a impunidade venceu a justiça

Dia triste para todos familiares de mortos e desaparecidos sob as ordens do ex-comandante do DOI-Codi. E para os que sobreviveram às torturas. Porque Ustra morreu num hospital e não na prisão

Por , Ponte Jornalismo

Hoje é um dia triste. Morreu, nesta quinta-feira, (15/10), aos 83 anos, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi, um dos maiores centros de tortura da ditadura civil-militar.  Viveu 60 anos a mais do que meu tio, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, a quem ele impediu de seguir sua vida ao comandar as intermináveis sessões de tortura que o levaram à morte, em 19 de julho de 1971. Ustra morreu de “morte morrida” e não de “morte matada”, como suas vítimas. (mais…)

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Brasil anistia professores perseguidos pela ditadura

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Anistia fez hoje (14) um pedido de desculpas oficial do governo brasileiro a professores perseguidos pela ditadura militar. O pedido ocorreu durante sessão de julgamento temática, por ocasião do Dia dos Professores. Os professores presentes, Ana Maria Pinho Leite Gordon, Mariluce Moura e Adriano Diogo, foram anistiados e puderam dar seu testemunho sobre experiências vividas durante o período militar. (mais…)

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Missa dos Quilombos celebra liberdade e alegria em Diamantina. Festival de História debate genocídio e ditadura

Evento acontece em paralelo ao Festival de História da cidade. Confira outras atrações do evento na cidade histórica

Por Ana Clara Brant, no EM

Diamantina – Às 19h em ponto dessa sexta-feira, ao invés dos sinos, os batuques começaram a ressoar na Igreja do Rosário, em Diamantina, a 290 km de Belo Horizonte, convocando os fiéis. Além dos frequentadores assíduos das celebrações religiosas, os participantes do 3º Festival de História (fHist) – entre historiadores, jornalistas e estudantes – que está sendo realizado na cidade até domingo, compareceram para conferir um dos pontos altos da Festa do Rosário dos Homens Pretos: a Missa dos Quilombos. (mais…)

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Reativada a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos

Brasil 247

Com a conclusão dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, cujo relatório enumerou 434 casos de mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar, a  Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) reiniciou uma nova fase dos trabalhos, agora com o objetivo de retomar investigações a partir das descobertas da CNV.

Na última sexta-feira, 2, foram reconduzidos à comissão a procuradora da República, e sua presidente,  Eugênia Augusta Gonzaga, o representante do Ministério da Defesa, Cel. João Batista Fagundes, e Diva Santana, representante de familiares. Tomaram posse o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, a advogada Rosa Cardoso, representante da sociedade civil e ex-integrante da CNV, Vera Paiva, filha do desaparecido político Rubens Paiva, e o procurador da República Ivan Marx. (mais…)

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Para evitar novas ditaduras, é preciso retirar poder dos militares, da mídia e do capital

Marcela Belchior – Adital

Trinta anos após a retomada da democracia política na Argentina, após superar sua sexta ditadura, considerada a mais cruel da América do Sul, o enfraquecimento dos poder militar, econômico e midiático nas decisões do Estado é sua principal política de direitos humanos. A orientação é proteger o país dos três pilares que, juntos, podem aplicar um golpe de Estado e destituir a população do seu poder soberano. Para discutir o assunto, a Adital entrevistou o ativista de direitos humanos Ramón Pablo Videla, ex-operário metalúrgico que lutou em movimentos da guerrilha armada dos anos 1970, na Argentina, esteve 10 anos na prisão pela repressão militar e, hoje, colabora dentro do governo da presidenta Cristina Fernández com a construção de uma nação livre de autocracia. (mais…)

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40 anos da Operação Condor: debate fortalece cooperação em direitos humanos

Ana Clara Jovino – Adital

Cerca de 150 representantes de entidades e organizações de direitos humanos e vítimas das ditaduras latino-americanas, instaladas nos anos de 1960-1980 se reuniram em Brasília, para debater os avanços e retrocessos após 40 anos da Operação Condor. O encontro gerou um debate sobre políticas públicas em torno da defesa da verdade, da memória e da justiça na região. (mais…)

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Secretária da OAB morta em 1980 foi vítima de agentes do Exército, diz comissão

Por Isabela Vieira, Repórter da Agência Brasil

A secretária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Lyda Monteiro foi assassinada em 27 de agosto de 1980, por agentes do Centro de Informação do Exército (CIE), ao abrir uma carta-bomba, revelou hoje (11) a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), vinculada ao governo do estado. A correspondência era endereçada ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes, mas foi aberta por Lyda, secretária dele. Na época, a OAB denunciava desaparecimentos e torturas de perseguidos e presos políticos.

Com base em depoimentos de testemunhas, fotos e retratos falados, a comissão identificou a participação do sargento Magno Cantarino Motta, codinome Guarany, que entregou a bomba pessoalmente na sede da OAB; o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que confeccionou o artefato e o coronel Freddie Perdigão Pereira, que coordenou a ação. Guarany é o único vivo entre eles. (mais…)

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11 de setembro, a última missão de Salvador Allende

Frederico Füllgraf, especial para o Brasil 247

Eleito com apenas 36,6% dos votos e menos de 1,5% à frente do segundo colocado, Jorge Alessandri Rodríguez (35,275), após uma campanha extremamente polarizada e renhida, mas ratificado com 81,38% dos votos pelo Congresso chileno, em novembro de 1973, o médico Salvador Allende Gossens assumia o poder no Chile à frente de uma coligação de centro-esquerda, formada pelos partidos Socialista, Comunista e o social-democrático Radical, conhecida como Unidade Popular.

Durante três anos, Allende tentou implementar seu programa de campanha, cujo foco era a nacionalização de setores-chave da Economia – sobretudo o cobre, controlado por multinacionais dos grupos Rockefeller e Rothschild –, a aceleração da reforma agrária – legada por seu antecessor democrata-cristão, Eduardo Frey Montalva, e baseada no modelo da pequena propriedade de agricultura familiar -, o congelamento dos preços dos alimentos; o aumento continuado dos salários dos trabalhadores – pagos com a emissão de dinheiro novo – e a reforma da Constituição, com vistas a um sistema parlamentar unicameral. (mais…)

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Relatório Figueiredo: mais de sete mil páginas sobre a violência contra indígenas no Brasil. Entrevista especial com José Ribamar Bessa Freire [ótima!]

“O Relatório Figueiredo denuncia desde castigos físicos, porrada, tortura no tronco, que era algo relacionado à escravidão e que foi recuperado pelo SPI, mutilação, pessoas aleijadas e mortas em decorrência dos espancamentos, prisões, cárcere privado, chicotadas, sem contar o sistema de trabalho escravo ao qual eles foram submetidos”, afirma o pesquisador. 

Por Patricia Fachin, no IHU On-Line

“A repercussão do Relatório Figueiredo foi grande porque não se tratava de um caso patológico, de pessoas que eram psicopatas e que atacavam os índios, mas de pessoas normais, que tinham família, que frequentavam a Igreja, tinham conta no banco e faziam carinho em seus filhos e, de repente, essas pessoas estavam envolvidas: eram grileiros, comerciantes, políticos, desembargadores, juízes, deputados, governadores, delegados e até ministros”. O relato faz parte das lembranças de José Ribamar Bessa Freire, professor da Pós-Graduação em Memória Social da UNI-Rio, que em 1968, data da divulgação do Relatório Figueiredo na imprensa brasileira e internacional, atuava como jornalista na Agência de Notícias Asapress, a qual foi arrendada pela CNBB e que enviava matérias para todos os jornais do Brasil. (mais…)

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