Troca de saberes entre agricultores e agricultoras contribuindo para a convivência no semiárido potiguar

Agricultores e agricultoras participam de intercâmbio em Mossoró | Foto: Marta Vick
Agricultores e agricultoras participam de intercâmbio em Mossoró | Foto: Marta Vick

Marta Vick, ASA

A troca de saberes contribui de diferentes formas com os trabalhos no campo, inclusive orientando para o bom uso e apropriação das tecnologias, valorizando os trabalhos coletivos dentro das comunidades, onde os agricultores e agricultoras conseguem comunicar, dialogar e construir novos conhecimentos, contribuindo para a convivência no semiárido.

Pensando nesta troca de saberes, foi escolhido o Projeto de Assentamento Lagoa de Xavier no município de Mossoró como destino do intercâmbio intermunicipal do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) em parceria com o MDS, onde 40 agricultores e agricultoras da vila Ceará – Serra do Mel/RN, acompanhados pela equipe da COOPERVIDA tiveram a oportunidade de conhecer tecnologias sociais de convivência com o semiárido, técnicas de produção agroecológicas já em desenvolvimento pelas famílias e experiências de organização comunitária. (mais…)

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Funai deve ser multada em mais de R$ 1,7 milhão por não demarcar terras indígenas em MS

Falta de demarcação está diretamente ligada à alta mortalidade indígena em MS
Falta de demarcação está diretamente ligada à alta mortalidade indígena em MS

MPF quer saber se houve ordem direta da Casa Civil ou Ministério da Justiça para descumprir acordo que prevê demarcação

Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul irá pedir execução judicial de multa contra a Fundação Nacional do Índio (Funai), por descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2007, prevendo a demarcação dos territórios indígenas em Mato Grosso do Sul. A multa diária é de mil reais e o valor acumulado chega a R$ 1,716 milhão (calculado em 13/06).

Como a multa representa perda de patrimônio da União e consequente prejuízo a toda a sociedade, o MPF oficiou a presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, para que esclareça a expressão “(…) devem ser observados ajustes cronológicos, em consonância ao contexto sociopolítico hoje encontrado para atuação indigenista na Unidade federada em referência”. Especificamente , se houve ordem, escrita ou verbal, emanada da Casa Civil da Presidência da República e/ou do Ministério da Justiça, para que o TAC não fosse cumprido.  (mais…)

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Falta de saneamento básico e os prejuízos econômicos, ambientais e sociais. Entrevista especial com Rafael Volquid

Foto: osmidia.wordpress.com
Foto: osmidia.wordpress.com

“Com mais investimento em saneamento básico, poupa-se investimento em correções do meio ambiente e o próprio tratamento da água fica mais barato”, adverte o diretor técnico da Fepam

IHU On-Line – Quando se trata de avaliar a evolução dos investimentos em saneamento básico no Brasil, é preciso considerar que as obras que demandam mais recursos financeiros foram “colocadas em segunda ordem de prioridade devido a diversos fatores, inclusive políticos, porque são obras que não atraem a atenção da população para fins de eleição”, pontua Rafael Volquid, em entrevista concedida à IHU On-Line, por telefone. Segundo ele, as políticas de saneamento básico no país tiveram como prioridade “garantir uma água saudável para a população”, e isso pode ser comprovado pelos “índices tão bons de abastecimento de água”, já que “praticamente todas as zonas urbanas têm abastecimento de água de fontes confiáveis”.

Os maiores déficits, contudo, são em relação ao tratamento de esgoto, à coleta de resíduos sólidos e à capacidade de drenagem da água acumulada em dias de chuvas intensas. “O investimento em esgoto é sensivelmente maior que o investimento necessário para garantir a qualidade da água: é preciso uma tubulação especial, as estações de tratamento são mais complexas para poder tratar o esgoto atendendo aos padrões estabelecidos pela legislação, etc. Estamos falando de milhões de reais para poder dobrar a capacidade de tratamento de esgoto do estado”, diz o diretor técnico da Fepam. Segundo ele, no Rio Grande do Sul, os níveis de coleta e tratamento de esgoto “são da ordem de 15%. Ou seja, 15% da população tem seu esgoto coletado e encaminhado para alguma estação de tratamento de esgoto. Se formos ver o quanto dos poluentes desses esgotos são removidos, esses números baixam facilmente para algo em torno de 5%”. Nesse aspecto, frisa, “o estado está muito atrás da situação do Brasil, principalmente quando comparamos, por exemplo, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, que têm mais dinheiro e condições de investir nas grandes zonas urbanas”. (mais…)

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Carta a Blatter pede que Fifa garanta direitos humanos na Copa

Presidente da Fifa, Joseph Blatter. Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Presidente da Fifa, Joseph Blatter. Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Mensagem foi enviada em nome do Institute for Human Rights and Business, que acaba de lançar, com apoio da Repórter Brasil, a plataforma megasportingevents.org

Repórter Brasil – Em mais uma ação que visa pressionar a Fifa, Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, e John Ruggie, ex-representante especial da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos, enviaram uma carta ao presidente da entidade, Joseph Blatter, em que pedem medidas para evitar violações em grandes eventos de futebol.

Datada de 11 de junho, a mensagem cobra que a Fifa e suas empresas parceiras, como os patrocinadores da Copa, integrem efetivamente políticas de direitos humanos a seus processos decisórios. A articulação para o envio da carta foi feita pela ONG britânica Institute for Human Rights and Business (IRHB), da qual Robinson e Ruggie fazem parte do corpo diretivo.

Parceira da Repórter Brasil, o IRHB lançou neste mês a plataforma online megasportingevents.org, disponível apenas em inglês. O trabalho tem como objetivo levantar episódios de violação, compartilhá-los e propor recomendações a governos e empresas. A Repórter Brasil produziu os estudos referentes ao Brasil que estão disponíveis no portal. (mais…)

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Dois anos na embaixada

Julian Assange posa com a camisa da equipe equatoriana na embaixada que o acolheu. Foto: AneurisMatt
Julian Assange posa com a camisa da equipe equatoriana na embaixada que o acolheu. Foto: AneurisMatt

por Natalia Viana – Agência Pública

Completam hoje dois anos desde que Julian Assange atravessou a porta branca da embaixada equatoriana em Londres, disfarçado, temendo ser interceptado pela polícia britânica que lhe monitorava cada passo através de uma pulseira eletrônica presa ao seu tornozelo. Já fazia então um ano e meio que Julian estava sob prisão domiciliar em uma casa no interior da Inglaterra, após começar o vazamento dos despachos das embaixadas norteamericanas que renderam tantas revelações, tantas reportagens e tanta inspiração para tanta gente. Hoje já são 1289 dias de prisão. Sem qualquer julgamento, sem qualquer condenação.

Dentro da embaixada, que fica no andar térreo de um prédio vitoriano, em frente ao templo do consumo de Londres, a loja Harrod’s, Julian ocupa duas salas: uma delas, um escritório transformado em quarto onde se amontoam suas poucas mudas de roupa, os presentes que continuam a chegar de todo lado do mundo, cartões de incentivo, livros, papeis. No outro, apenas uma tela que a equipe usa para projetar fundos diversos quando o jornalista participa por Skype de algum evento (como aconteceu no debate de encerramento do Arena Net Mundial) , uma mesa com uma enorme tela de computador e outros, pequenos, espalhados por todo lado. Não há um quintal onde Julian possa tomar sol quando ele dá o ar da graça na cinzenta Londres, e diante do escritório, cujas cortinas ficam permanentemente fechadas, um carro policial vigia, escuta, espia ostensivamente qualquer movimentação lá dentro. (mais…)

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Céline Cousteau produz documentário sobre desafios dos índios da Amazônia

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Marina Maciel – Planeta Sustentável

Considerado um dos lugares mais isolados do planeta, o Vale do Javari é terra de diversas comunidades indígenas, algumas ainda desconhecidas. Conhecido como “buraco negro da Amazônia”, o local será cenário do novo documentário Tribes on the Edge* (“Tribos no Limite”, em tradução livre), produzido por Céline Cousteau.

Na semana passada, a neta de Jacques Cousteau retornou da primeira expedição ao local para coletar informações e depoimentos. “As doenças, sobretudo a hepatite, tem ameaçado as comunidades indígenas, que fizeram um chamado para que eu voltasse ao Vale do Javari, depois de sete anos, e contasse suas histórias”, disse Céline. (mais…)

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CIR e Hutukara – Aldeia Xikawë | RR

Imagina na Copa – Vídeo produzido com o Coordenador Geral do CIR, Mário Nicacio e Davir Kopenwa Yanomami, da Hutukara Associação Yanomami(HAY) com relatos sobre a atuação à frente das organizações indígenas de peso no estado de Roraima, que atuam em defesa dos direitos indígenas. A produção do vídeo é da equipe de campanha IMAGINA NA COPA, durante a realização da festa em comemoração a saída do último fazendeiro da Terra Indígena Yanomami, região de Ajarani, no dia 31 de maio de 2014.

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Colombia: Tensión por inminente desalojo de indígenas en Cumaribo

Presentación de arcos de la guardia indígena. Foto Ariel Palacios
Presentación de arcos de la guardia indígena. Foto Ariel Palacios

Servindi, 20 de junio, 2014.- Momentos de tensión se vive en el departamento del Vichada ante un inminente desalojo de más de 200 familias indígenas que se han posesionado pacíficamente de un terreno aledaño al casco urbano del municipio de Cumaribo, territorio ancestral del pueblo Sikuani.

Guardias indígenas armados de arcos y flechas resguardan la posesión mientras que cincuenta policías del Escuadrón Móvil Antidisturbios (ESMAD) transportados por vía aérea desde la ciudad de Villavicencio aguardan la orden para iniciar el desalojo solicitado por Arnulfo Romero, alcalde de Cumaribo. (mais…)

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Seria histórico ver um país desclassificado da Copa por racismo da torcida, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Seria fabuloso se alguma seleção perdesse os pontos que conquistou em campo ou fosse desclassificada da Copa do Mundo caso sua torcida presente no estádio apelasse para a homofobia, transfobia ou racismo.

Isso teria o potencial de repercutir em partidas de campeonatos internacionais, nacionais ou regionais em todo o planeta pelos próximos anos e décadas.

É claro que esses crimes continuariam a acontecer e muitas federações ainda fariam vistas grossas ou mesmo dariam apoio de forma velada ao preconceito.

Mas seria uma indicação de que há coisas que não podem e não devem ser toleradas.

– Cadê minha liberdade de expressão?
– Ah, mas que radicalismo!
– Deixa o povo se divertir.
– É só brincadeira.
– É só futebol.

Não, não é só futebol. Porque futebol é grande demais para ser só futebol. É também espelho da sociedade que somos e farol daquele que desejamos ser. E quando futebol é palco para agressão da dignidade, não é apenas um determinado grupo, mas toda a sociedade que é atacada.

E não importa se são cem ou mil os que gritaram. Diante de homofobia e racismo, o silêncio por parte dos outros torcedores é sim conivência. (mais…)

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Aborto, nova tramóia dos fundamentalistas

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A manobra dos deputados ultraconservadores para impedir que SUS atenda mulheres nos casos de estupro, anencefalia dos fetos ou risco de vida

Por Marília Moschkovich, na coluna Mulher Alternativa | Imagem: Steve Gribben, Mulheres Grávidas, 2007 – Outras Palavras

Estes são tempos difíceis para quem luta por direitos humanos no Brasil. Quando se trata dos direitos das mulheres, então, parece que nada está jamais garantido – e muito menos nos últimos anos ou daqui em diante. Nas eleições de 2010, a descriminalização do aborto foi pauta disputada nas campanhas, e todas elas flertaram com o conservadorismo em troca do apoio dos setores religiosos mais e menos tradicionais. Era um sombrio sinal do que estava por vir.

Os primeiros ataques

No início do governo atual, o gabinete da presidenta Dilma Roussef cortou drasticamente o orçamento da Secretaria de Políticas para Mulheres. Ao mesmo tempo, nos últimos quatro anos cresceram o poder e a força política da bancada religiosa no Congresso. Chegamos ao absurdo de ter um fundamentalista presidindo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. (mais…)

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