*Título original da Agência Brasil: “Índios da Reserva Dourados reivindicam outras áreas que garantem ter pertencido a antepassados”. A incapacidade de a Reserva de Dourados garantir condições de vida dignas aos 14 mil indígenas que lá vivem é mais que notória. Para efeito de comparação, a TI Iguatemipegua, cujo Resumo foi publicado no DOU do dia 8 de janeiro, terá 41,5 mil ha, cerca de 12 vezes maior. TP.
Alex Rodrigues, Enviado Especial
Dourados (MS) – Alegando falta de espaço, cerca de 14 mil índios que vivem em situação precária na mais populosa reserva indígena do Mato Grosso do Sul reivindicam que a União reconheça e demarque as terras que, garantem [Grifos deste Blog], eram povoadas por seus antepassados. Os Kaiowás, Ñandevas e Terenas vivem em uma das mais antigas áreas indígenas reconhecidas no país, a Terra Indígena Dourados, demarcada durante a primeira década do século passado, mas só homologada em 1965.
Segundo os índios, com o crescimento da população, os 3,5 mil hectares se tornaram insuficientes para que possam produzir os alimentos necessários à sobrevivência da comunidade, bem como para preservar seus hábitos e costumes. Um hectare corresponde a dez mil metros quadrados, aproximadamente um campo de futebol oficial. De acordo com o cacique Getúlio Juca de Oliveira, um dos líderes locais, os índios pleiteiam a demarcação de pelo menos nove áreas que afirmam ter sido territórios tradicionais indígenas, ou solos sagrados (tekohas).
“Nesta área aqui não tem mais como nossa comunidade crescer. Precisamos de mais espaço e lutamos para aumentar nossas aldeias porque daqui a cinco ou dez anos, com a comunidade crescendo, não vai mais ter lugar para ninguém. E o índio não tem o costume de viver tão perto um do outro”, explicou o cacique à Agência Brasil e à TV Brasil. “Se conseguirmos recuperar esses nove tekohas vamos ter um espaço muito bom para nossos filhos e netos, que [caso contrário] aqui não vão mais ter lugar”, acrescentou o cacique. (mais…)