Notícia da senilidade de García Márquez rompe pacto de silêncio de amigos

Depois de 'Memórias de Minhas Putas Tristes', o escritor silenciou (Divulgação)

Escritor já sinalizava que a memória vinha ‘traindo’ em 1996

Eric Nepomuceno – O Estado de S. Paulo

Todo escritor precisa, entre tantas outras, de duas ferramentas essenciais: imaginação e memória. Uns mais de uma, outros mais de outra. Gabriel García Márquez é um exemplo nítido de escritor que sempre dependeu essencialmente da memória, embora seja tratado como dono de uma imaginação fabulosa. De nada adiantou ele ter dito um sem-fim de vezes que não há uma única linha em tudo que escreveu que não tenha, como ponto de partida, um dado da realidade.

Em 1996, foi mais explícito: “Vivi minha vida inteira da memória, e isso me preocupa muito porque agora começo a notar que ela tem me traído. Tenho na cabeça uma lista de rostos e uma de nomes, mas sou incapaz de relacionar uns e outros.” Naquele mesmo ano, ouvi dele, em sua casa da Cidade do México, que ia começar a escrever suas memórias, uma tarefa especialmente difícil: “Quando somos jovens não temos muito para lembrar, e quando chegamos à velhice já não lembramos de quase nada.” Um ano depois, começou a escrever Viver Para Contar. Anunciou três volumes. Em 2002, publicou o primeiro. Naquela altura, tinha começado a esboçar o segundo, que não levou adiante. Não chegou a começar o terceiro. Nesse meio tempo, arrematou uma novela breve, Memória de Minhas Putas Tristes. E silenciou. (mais…)

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Pedras estão no lugar de água em rios de Minas

Luiz Ribeiro

Salinas Se Minas tem cidades que foram privadas de seus rios pela construção de hidrelétricas, caso de Aimorés, no Vale do Rio Doce, outras viram seus cursos d’água sumir lentamente devido à degradação. É o caso de Salinas, no Norte do estado. Segundo a prefeitura local, pelo menos oito rios do município que antes tinham água o ano inteiro praticamente desapareceram. Outros ainda correm, mas com vazão muito reduzida. “Acredito que a falta de preservação das nascentes foi a responsável. A região sofreu muito com o  desmatamento para a monocultura do eucalipto na década de 1970”, afirma a engenheira ambiental Geisa Batista, da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. A titular da pasta, Maria Helena Silva, alerta que os mananciais e todo o ecossistema de municípios da região correm risco de danos maiores ainda, por causa dos projetos de extração do minério de ferro que estão sendo instalados no Norte do estado.

Na zona rural de Salinas não é difícil constatar o resultado que a exploração sem critérios já produziu. Ele aparece sob a forma de leitos vazios, tomados por areia ou pedras. É a situação do Rio Jurucutu, na localidade homônima. “Esse rio corria cheio o ano inteiro. Hoje, quando chove muito, a água corre por uns oito dias e depois seca de novo. Só restaram pedras”, conta o aposentado Clemente Ferreira de Souza, de 69 anos, enquanto caminha no leito seco ao lado do filho, o também agricultor Adevaldo Pereira Ferreira de Souza, de 45. No fundo da casa de Clemente, uma prova de que a fauna do rio mudou: entre as pedras do leito que já correu caudaloso e cheio de peixes, apareceu um ninho de urubu. Com a seca, clemente abriu uma cacimba no leito para retirar água e manter a plantação de hortaliças. Porém, o poço também secou. “Agora, não sei como fazer. O jeito vai ser parar com tudo”, lamenta.  (mais…)

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Queimadas na Amazônia: uma ameaça ao ambiente e a saúde

Vídeo produzido em 2012 pelo programa Inova-ENSP, uma iniciativa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) que objetiva apoiar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em saúde.

 

Com o apoio do Inova-ENSP, o projeto ‘Mudanças ambientais globais e efeitos nos ecossistemas e na saúde na região do arco do desmatamento – Bacia do Rio Madeira’, coordenado pela pesquisadora da ENSP Sandra Hacon, acaba de lançar dois vídeos sobre os impactos socioambientais dos grandes empreendimentos e das queimadas na Amazônia. Um dos vídeos produzidos é o Queimadas na Amazônia: uma ameaça ao ambiente e à saúde. (mais…)

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Sobre a matéria “Advogados questionam selo e querem cassação” na página Ceará, do jornal O Povo, em 14/07

Esclarecimentos de Rodrigo de Medeiros Silva sobre a notícia publicada em O Povo:

Tanto na representação da qual decorreu a matéria, como em entrevista ao jornalista do Jornal O Povo, destacamos que as informações publicizadas por fontes como o SEBRAE indicam que a forma de produção também não é própria. Essa foi a única defesa da associação de produtores e do técnico do INPI, apresentadas ao Jornal. Sendo assim, queriamos enfatizar que é levantado pela representação tanto a questão do camarão ser da Malásia, que não foi negado pela associação dos produtores, como também a sua forma de produção, que não é propria daqui.Vejam neste trecho do documento objeto da matéria deste jornal:

“É fato público que a tecnologia de produção de camarão de cativeiro não é originária do Brasil. O Brasil vem acompanhando apenas a determinação do mercado internacional e não os interesses de sua população. O próprio Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequena empresas- SEBRAE (apesar de ser discutível se a carcinicultura hoje se caracteriza como pequeno empreendimento) comprova isto: “História mundial da carcinicultura”.Autor: Sebrae/NA

O cultivo do camarão, que tem origem na Ásia, se manteve artesanal até o início da década de 1930. O cultivo do camarão tem origem histórica no sudoeste da Ásia, onde pescadores artesanais construíam diques de terra nas zonas costeiras para aprisionamento de pós-larvas selvagens que habitavam as águas de estuário (região onde o rio desemboca no mar), e para o posterior crescimento nas condições naturais da região. (mais…)

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CE – Camarão: Advogados questionam selo e querem a cassação

Camarão certificado pelos produtores cearenses está sendo questionado pela Rede de Advogados

Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares denuncia origem exótica de camarão certificado por produtores da Costa Negra, no Litoral

O Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará (FDZCC) e a Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares no Ceará (Renap) protocolaram representação no Ministério Público Federal requerendo apuração sobre a “indicação geográfica” atribuída ao camarão produzido pela Associação dos Carcinicultores da Costa Negra (ACCN), no Litoral Oeste.

Em agosto de 2011, a associação recebeu do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o selo de denominação de origem, um dos dois tipos de indicação geográfica concedidas pelo Instituto. A indicação geográfica delimita a área de produção, restringindo seu uso aos produtores da região. Também tem o objetivo de manter os padrões locais, impedindo que outras pessoas usem o nome da região com produtos de baixa qualidade.

De acordo com a Renap, o camarão da região é de uma espécie exótica e, portanto, o MPF deve pedir a nulidade do selo. “Nos casos concretos de indicação geográfica, percebe-se que possuem uma vinculação com as coisas da terra, diferentemente do camarão Litopenaeus vannamei , que veio do Pacífico, da Malásia”, descreve a representação. Os advogados também pedem a apuração de possíveis crimes ambientais decorrentes da prática de carcinicultura em áreas de preservação permanente na área da Costa Negra. (mais…)

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MG – Mata Atlântica veta barragem Aiuruoca e abre precedentes

O processo de Licenciamento da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) em Aiuruoca no Sul de Minas foi arquivado nesta sexta-feira (13/07). A área do projeto da PCH Aiuruoca está localizada no entorno do Parque Estadual da Serra do Papagaio, dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira e dentro da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, confirmando a importância dos atributos ambientais dessa área e a sua vocação regional para o ecoturismo e a conservação.

O referido processo de licenciamento teve início em 2005, quando a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), na época responsável pelos licenciamentos em Minas Gerais, concedeu a Licença Prévia (LP) à Eletroriver S.A. para a PCH Aiuruoca. Em 2007 a empresa solicitou a prorrogação da referida licença sendo aprovada pelo Conselho de Política Ambiental (Copam) em 2007. No mesmo ano foi protocolado o pedido de Licença de Instalação (LI), que apresentou dados insuficientes para a análise do pedido. Diversos pedidos de informações complementares foram solicitados à empresa nos anos seguintes.

Desde o início os pareceres técnicos e jurídicos da Superintendência Regional de Meio Ambiente do Sul de Minas (Supram) recomendavam a não aprovação da licença devido à alta qualidade ecológica da área. Após a aprovação da licença pelo Copam em 2010, a Semad avocou o processo para sob alegação de ilegalidade, baseado, sobretudo, na Lei nº 11.428/2006 e no Decreto 6.660/2008, que vetam a supressão de vegetação primária, ou nos estágios avançado e médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica. O processo manteve-se então arquivado. Em fevereiro de 2011, o secretário Adriano Magalhães publicou o ato denominado “Controle de Legalidade”, atestando pelo indeferimento. Esse ato deu início aos trabalhos e negociações junto à empresa para que o processo fosse arquivado, o que não impede a abertura de novo processo de licenciamento. (mais…)

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França se recusa a receber o urânio de Caetité

Zoraide Vilas Boas

Caetité (BA) – A Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité e outras entidades estiveram reunidas ontem a noite, avaliando a nova confusão criada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que acaba de protagonizar mais uma trapalhada. Doze contêineres contendo concentrado de urânio que saíram, na última quinta-feira, para o Porto de Salvador, ficaram na Policia Militar em Feira de Santana e hoje tomaram o caminho de volta para Caetité.

Segundo oficio do presidente da INB enviado ao prefeito de Caetité, a culpa é da empresa RSB Logistic (contratada pela INB), responsável pela contratação do navio MV Sea Bird para levar o urânio da Bahia, de Salvador para a França. A RSB teria dito que estava tudo certo para o embarque ontem, mas depois que a carga tinha saído pra Salvador, a INB foi notificada pelo Ministério da Ecologia e do Desenvolvimento Sustentável e da Energia da França que o material só poderia ser transportado se a transportadora tivesse informado a operação 15 dias antes da saída da carga do porto de origem, o que não aconteceu.

Bom, esta é a versão que a INB apresentou, mas a população de Caetité, escaldada com tanta história mal contada, está preocupada e discutindo o que fazer diante de mais esta embrulhada da empresa. É importante registrar que no ano passado, uma carga de urânio foi rejeitada pela França porque tinha baixo teor do minério, o que teria inclusive rendido uma multa francesa contra a empresa brasileira. (mais…)

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ES – Justiça obriga ArcelorMittal a instalar wind fences em seus pátios de estocagem

É incrível como as vitórias que o MPE do Espírito Santo vem conquistando contra a Arcelor Mittal, tendo como base o conceito de Racismo Ambiental, não estejam repercutindo e sendo utilizadas contra outros empreendimentos e empresas poluidoras, como a TKCSA. Vale lembrar inclusive declarações de operadores da Justiça da Alemanha, afirmando que a TK jamais teria licença ambiental, lá, para por em funcionamento algo semelhante ao que está utilizando no Rio de Janeiro. Por que não utilizamos contra ela (e outras) os argumentos que vêm sendo aceitos pela Justiça do Espírito Santo? TP.

Flavia Bernardes

O juízo da 1° Vara da Fazenda Pública atendeu ao pedido do Ministério Público Estadual e determinou que a ArcelorMittal instale as telas wind fences em suas instalações na Ponta de Tubarão. A siderúrgica, acusada de racismo ambiental pelo Ministério Público Estadual (MPES), vinha negando a implantação da tecnologia alegando que seu cinturão verde minimiza em 75% suas emissões no ar da Grande Vitória.

Segundo a decisão, a ArcelorMittal tem quatro meses para apresentar o projeto básico e iniciar a execução da obra. Enquanto isso, nenhuma licença ambiental poderá ser concedida ou prorrogada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) à empresa.

A informação é que as telas deverão ser instaladas ao redor das duas coquerias e nos pátios de estocagem da empresa e até que a eficácia na contenção de emissões atmosféricas seja confirmada, a siderúrgica terá seus processos de licenciamentos estagnados.

A decisão é resultado da ação impetrada pelo MPES contra a ArcelorMittal e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) destacando a pratica de racismo ambiental praticado pela empresa que utiliza tecnologias inadequadas e inferiores às utilizadas em outros países onde atua. (mais…)

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