Moradores, pescadores e parlamentares se mobilizam contra licença definitiva à CSA

Por Maurício Thuswohl

Rio de Janeiro – A polêmica que cerca a presença da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) às margens da Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, voltou a ganhar força nos últimos dias. Com menos de um ano de operação – sua primeira chapa de aço foi produzida no dia 7 de setembro de 2010 – o empreendimento liderado pela empresa alemã ThyssenKrupp já acumula duas multas (R$ 1,8 milhão e R$ 2,8 milhões) impostas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Por duas vezes, as falhas de operação da CSA ao descartar o ferro-gusa em poços de emergência provocaram o vazamento de uma fuligem branca que cobriu casas e carros em diversas localidades da Zona Oeste do Rio e provocou alergias e doenças respiratórias em dezenas de moradores.

O problema de saúde pública, aliado ao impacto que a siderúrgica vem causando na atividade pesqueira da baía desde o início de sua construção, em 2007, faz com que a presença da CSA na região seja motivo de constante tensão social. Ciente dessa realidade, o governo estadual, além das multas, impôs à direção da CSA a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sem o qual a licença de operação definitiva da siderúrgica não será concedida pelo Inea. Preocupações quanto ao conteúdo desse TAC e sua aplicação prática, no entanto, têm provocado novas movimentações políticas em torno do tema. (mais…)

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Fazendeiros destroem aldeia e expulsam indígenas Guarani-Kaiowá em MS

Fazendeiros da região de Iguatemi, em Mato Grosso do Sul, atacaram violentamente mais de 125 famílias de indígenas Guarani-Kaiowá, que haviam retomado suas terras tradicionais no último dia 9 de agosto e estabelecido no local a aldeia Pyelito Kue /Mbarakay.

Desde a ocupação da região os indígenas têm sido vítimas de terror constante por parte dos empregados das fazendas, que durante a noite circundavam as barracas e atiravam para o alto além de ameaçarem as pessoas, inclusive idosos e crianças. No último dia 23 de agosto houve um confronto e os indígenas foram atacados pela primeira vez resultando em diversos líderes feridos, sendo que os indígenas Silvio Benites, Luiz Velario, Ramão Fernandes e o idoso Arturo Fernandes, de 78 anos, ficaram gravemente feridos.

Na noite desta segunda-feira, dia 5, os fazendeiros, fortemente armados, voltaram novamente ao local e expulsaram com extrema violência, aqueles que ainda resistiam destruindo todas as barracas e expulsando os indígenas para a margem de um rio próximo a uma estrada da região. Cerca de 50 lideranças continuam no local sob risco de serem novamente agredidas. (mais…)

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Mais uma reverência a Clementina de Jesus

Werinton Kermes lança neste mês o documentária sobre a cantora; vídeo, feito com recursos próprios (custou R$ 10 mil), será distribuído gratuitamente a escolas e bibliotecas interessadas

Maíra Fernandes

Para o cantor e compositor João Bosco, Clementina de Jesus “nasceu há mais de dez mil anos”. Não chega a tanto. “Quelé”, como era carinhosamente chamada, nasceu há 110 anos, em 1901, no bairro do Carambita, periferia de Valença, no sul do estado do Rio de Janeiro, e morreu há 24 anos. Mas o que Bosco tenta salientar em seu relato nada tem a ver com a idade cronológica. “Ela nos liga aos nossos antepassados, com o que temos de mais antigo em nossa história”, reforça ele sobre a ancestralidade africana difundida por Quelé, em depoimento ao documentário Clementina de Jesus – Rainha Quelé, dirigido por Werinton Kermes, e que deve ser lançado em Sorocaba no fim do mês.

Antes de estrear na cidade, o documentário será apresentado na próxima semana, na região nordeste, onde foi selecionado para os festivais de Olinda e Salvador. Além de João Bosco, outros músicos como Paulinho da Viola, Mônica Salmaso, Cristina Buarque, Carlinhos Vergueiro e Martinho da Vila também participam da obra, que em mais de 50 minutos apresenta Quelé sob as lembranças dessas personalidades, somadas a cenas cotidianas da cantora. O fio condutor é o livro homônimo do produtor cultural Heron Coelho, com roteiro de Mirian Cris Carlos e edição de Marcelo Domingues. (mais…)

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Em Defesa da Uerj

Não, a universidade não é mera captadora de recursos por conta própria!

Sua função não é sair de pires na mão para compensar a falta de verbas públicas, necessárias à sua missão, sonegadas por governos privatistas, negadores da Educação como direito do cidadão e dever do Estado.

A situação é particularmente grave na Uerj. Enquanto o governo Cabral vive em lua-de-mel com as empreiteiras, o descompromisso com a Educação, com a lei constitucional de 6% da receita para a universidade estadual, os cortes substanciais, mesmo na já magra dotação da universidade, são a regra.

Descompromisso estendido à Saúde, sob ameaça imediata de privatização com as famigeradas “Organizações Sociais – OS”. Um governo que não recua nem diante das tragédias anunciadas como as estúpidas, desnecessárias e criminosas mortes do bondinho de Santa Teresa.

Vidas humanas são secundárias e desprezadas para um governo estadual a serviço dos grandes lucros dos empresários e banqueiros. (mais…)

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“A balas tentam calar a voz dos excluídos da terra e da vida”

Tania Pacheco

Vai terminar o 7 de setembro da Independência às margens do Ipiranga, salve, salve. Faz tempo o casal global – “normal” ou substituto, n’importa – já deu seu boa noite, após o coquetel de pretensas notícias displicente mas eficientemente arrumadas para os olhos e ouvidos da chamada classe média. A novela das oito/nove terminou. Na sobremesa, futebol, com direito a abertura com hino legendado. Amanhã será outro dia normal. Para a maioria, mas não para todos.

De Senhor do Bonfim, Bahia, a notícia que evidentemente não esteve entre as selecionadas pelo casal global continuava a repicar na internet, levada a novos grupos e com outras palavras. No texto e já a partir do título, que me permito utilizar acima, a revolta partilhada de Maria Aparecida de Jesus Silva:

Na noite de ontem, por volta das 21h, Leonardo de Jesus foi tirado de casa e brutalmente assassinado em Monte Santo/BA. Aos 37 anos, deixando 2 filhos.

Ele só queria ver a terra repartida! O direito de trabalhar e viver na terra com dignidade. Porém, o latifúndio, a impunidade e a omissão do Estado fizeram mais uma vítima… Do ano passado até ontem, já foram 5 assassinatos de camponeses em Monte Santo; destes, 3 jovens.

O sangue de Leo e de tantos outros mártires ecoa da terra, junto ao grito de tantos(as) excluídos(as) neste 7 de setembro de luto.

É hora de se solidarizar a família de Leo e também denunciar este atentado à vida do povo! Chega de impunidade!!! (mais…)

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