RN – Quilombolas da Macambira recebem reintegração de terras

Foto: Lagoa Nova Destaque
Momento da abertura da cerca (Foto: Lagoa Nova Destaque)

Em Lagoa Nova Destaque

Com apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), prefeitura de Lagoa Nova, STR e SINTRAF, a comunidade do quilombo de Macambira, localizada no município de Lagoa Nova, recebeu uma vitória há muito esperada: a reintegração de posse de suas terras, que deixarão de ser pasto para se transformarem em roça de feijão, milho e mandioca.

A reintegração, em cumprimento à determinação de sentença da 9ª Vara Federal de CAICÓ-RN, foi realizada no final da  manhã desta quinta feira(3), acompanhada por oficiais de Justiça da Comarca de Caicó, pelo advogado dos quilombolas, Adriano Vilar, e pelo antropólogo do INCRA, André Garcia. (mais…)

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Força tarefa retira novos invasores da Terra Indígena Marãiwatsédé

maraiwatsedePor Arthur Santos da Silva, em Olhar Jurídico

Cerca de 70 pessoas que ocupavam ilegalmente a terra indígena Marãiwatsédé, localizada na região noroeste de Mato Grosso, foram retiradas do local. A ação de remoção nasceu de uma operação conjunta entre Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Fundação Nacional do Índio.

A retirada dos invasores cumpriu duas decisões judiciais de 2014 que determinaram também a identificação dos invasores e a apreensão dos equipamentos utilizados para resistir ou desobedecer à decisão judicial.

Durante a operação foram demolidas as construções restantes, incluindo o posto de combustíveis que deu nome à vila de ocupação ilegal Posto da Mata, formada durante os anos de invasão de posseiros e fazendeiros

“O símbolo da ocupação ilegal de Marãiwatsédé foi destruído. O posto de combustíveis foi demolido e com ele todas as outras construções que ainda estavam em pé e que serviram de abrigo para as novas tentativas de invasão da terra indígena”, declarou o procurador da República Lucas Aguilar Sette.

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Advogados Populares se reúnem sábado em Cuiabá

unnamedNeste sábado, 5 de abril de 2014, acontece na sede do sindicato dos bancários em Cuiabá o seminário “Os Desafios da Advocacia Popular na Defesa dos Direitos Humanos Frente às Lutas Populares”. O evento é aberto ao público, e destinado a entidades sindicais e seus dirigentes, e aos advogados que atuam na defesa dos direitos humanos.

Participa do evento como palestrante o advogado e ativista de direitos humanos, Dr. Aton Fon Filho, de São Paulo, conhecido na luta em defesa de sem-terras, tendo sido advogado assistente de acusação no caso Doroty Stang. A religiosa foi morta no interior do Pará, após denunciar abusos e crimes ambientais, e o processo foi acompanhado por entidades de todo o mundo.

Entre os assuntos que estarão em debate no seminário, está a discussão sobre a proposta de lei que criminaliza os protestos populares contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, a própria exclusão social provocada pelo evento, com desapropriações e super endividamento de estados e prefeituras, e a parcialidade do poder judiciário nos processos de desocupação de áreas em litígio. (mais…)

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Frente a frente, por Luís Fernando Verissimo

“Se eu sou um sádico que deve explicações, se o que me move não é o horror à coisa abjeta que ameaça a pátria, então toda a cadeia de comando que começa lá em cima e termina no pau de arara é sádica e deve explicações. E deles não se ouve um pio de remorso. Eu? Estou apenas cumprindo ordens”, escreve Luís Fernando Verissimo, escritor, na crônica publicada pelo jornal Zero Hora. Eis o artigo

IHU On-Line – Eu sou um oficial do Exército brasileiro. Estou numa sala de interrogatório, cumprindo minha função, a de obter informações do inimigo. Por qualquer meio. Fui designado para fazer isso pelos meus superiores e sou um bom soldado. O inimigo a minha frente é um ser indefinido. Humano não é. É um subversivo, um desalmado, uma coisa abjeta. Ele e os outros animais como ele querem que o Brasil também seja uma coisa abjeta. Se ele não estivesse aqui, estaria na rua, matando e conspirando, construindo a coisa abjeta. Mas está aqui. Frente a frente comigo. Tem a informação que eu quero e não tem como fugir de mim. Minha função é arrancar a informação dele por qualquer meio, para que o Brasil se livre deles. Para que a coisa abjeta não se crie. Ele é um ser sub-humano, mas um ser sub-humano falante. E vai falar. Por qualquer meio, vai me dizer o que eu quero saber. Tenho toda a autoridade de que preciso para estar aqui, frente a frente com ele. Sou autorizado por cima, pelos meus comandantes até o mais graduado, por baixo pelo meu próprio asco, e pela História. Posso fazer o que quiser com o animal. É isto, enquanto salvo a pátria também estou exercendo a minha liberdade ao extremo. (mais…)

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Criador de agência de favelas vê UPPs como estupro do Estado

O roteiro é sempre o mesmo. As ocupações são previamente anunciadas, as forças de seguranças do Estado do Rio de Janeiro entram nas favelas apregoando que retomaram “o direito de ir e vir” da população em 15 minutos (no máximo) sem qualquer resistência por parte do crime organizado. As bandeiras das corporações envolvidas são hasteadas, as crianças são colocadas dentro dos “caveirões” (os blindados da Polícia Militar) e posam, (supostamente) felizes, para fotos ao lado dos policiais

André Naddeo – Terra

Esse espetáculo pirotécnico, sem exageros, a exemplo do que ocorreu no último final de semana no complexo de favelas da Maré, na zona norte da capital fluminense, está longe de traduzir a nova realidade de quem mora em localidades que se mantiveram durantes décadas sob o domínio do tráfico de drogas, ou mesmo da milícia.

Essa é a opinião do jornalista André Fernandes, criador e diretor da Agência Nacional de Favelas (ANF), com anos de militância no diálogo “entre o morro e o asfalto” e que está lançando em diversos Estados o livro Perseguindo um Sonho – A História da Criação da Primeira Agência de Notícias de Favelas do Mundo.

“Eu analiso como um estupro por parte do Estado”, afirmou em entrevista ao Terra. “Você não tem nada do Estado, e de repente entra a força de segurança. Tudo na base do ‘fiquem quietinhos senão vocês vão levar palmadas’. A população quer saneamento, saúde, educação e cultura. Não vemos de uma boa forma esse comportamento. Você acaba achatando a população sem um diálogo”, complementou ele, que desde 1992 está inserido no contexto das favelas ao iniciar projetos sociais no morro do Borel, na zona norte e, posteriormente, fixar residência na comunidade Santa Marta, dois anos depois, na época que a favela em Botafogo, zona sul do Rio, vivia sob o domínio de MarcinhoVP, rei do tráfico local na ocasião e protagonista do livro Abusado, do jornalista Caco Barcellos. (mais…)

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Dilma Rousseff é contra a revisão da Lei da Anistia?

“A anistia aos agentes do Estado que cometeram crimes, assim, não é fruto de acordo. É um contrabando colocado no projeto por um governo autoritário”, afirma José Antonio Lima, jornalista, em artigo publicado por CartaCapital. Segundo ele, “a postura de Dilma contra a revisão da anistia surpreende pois ela foi vítima de torturas, mas é praxe entre os presidentes da recente era democrática nacional. No governo Fernando Henrique Cardoso a lei se manteve intocada. No de Luiz Inácio Lula da Silva, a Advocacia-Geral da União deu um parecer no qual defendeu a prescrição dos crimes de tortura ocorridos no regime”. Eis o artigo

IHU On-Line – Entre o País reparar danos cometidos na ditadura e a perspectiva de instabilidade em seu possível segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff parece ter escolhido a segunda opção.

Em uma mensagem escrita no Twitter na segunda-feira 31, Dilma indicou ser contrária à revisão da Lei da Anistia, que mantém impunes até hoje os crimes de lesa-humanidade cometidos durante o regime militar. É uma posição contrária ao ímpeto pela revisão da lei que setores da sociedade ligados aos direitos humanos desejam estimular.

Dilma se manifestou no Twitter durante a tarde em que o País lembrava o início da movimentação de tropas que agiram para derrubar João Goulart há 50 anos. O tom da fala era de superação da ditadura.

Segundo Dilma, que foi torturada pelo regime, as “cicatrizes podem ser suportadas e superadas” e o 31 de março deveria servir para “lembrar” e “contar” o que ocorreu naqueles anos. Na mensagem mais importante, Dilma afirmou: “Assim como reverencio os que lutaram pela democracia, também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.

Quando se fala em “pacto político” durante a ditadura, não há margem para dúvidas. Trata-se da Lei da Anistia, aprovada em 1979. Ocorre que a lei não é fruto de um pacto algum. Ao contrário. (mais…)

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A verdade enjaulada, por Vladimir Safatle

“Entre nós, o verdadeiro problema é interromper, de uma vez por todas, a violência produzida pela tentativa de jogar o sofrimento social do período militar à condição de inexistência”, escreve Vladimir Safatle, professor de Filosofia, em artigo publicado pela CartaCapital. Segundo ele, “não há ditadura sem um conjunto de “carrascos voluntários”, que, mesmo não trabalhando diretamente nos aparatos repressivos, atua indiretamente no suporte e na reprodução das justificativas de suas ações. Há de se apontar para os carrascos voluntários da ditadura brasileira … Quem votou na Arena foi um carrasco voluntário da ditadura e há de se tratar tais indivíduos dessa forma”. Eis o artigo

IHU On-Line

Quantos aí defendem a verdade?

A mais brutal de todas as violências é, sem dúvida, a violência da inexistência. Esta é uma forma muito pior de extermínio, pois não se trata apenas da eliminação física. Ela é uma eliminação simbólica, desta que afirma que nada existiu, que a violência não deixou traços e indignação. Neste exato momento, o Brasil é vítima, mais uma vez, dessa forma mais brutal de violência.

Talvez ninguém esperasse que, em 2014, 50 anos após o golpe militar, estaríamos em um embate para saber se, no fim das contas, existiu ou não uma ditadura no País, com todas as suas letras. Era de se esperar que neste momento histórico estivéssemos a ler cartas abertas das Forças Armadas com pedidos de perdão por terem protagonizado um dos momentos mais infames da história brasileira, cartas de desculpas de grupos empresariais que financiaram fartamente casas de torturas e operações de crimes contra a humanidade. Todos esses atores não se veem, no entanto, obrigados a um mínimo mea-culpa. (mais…)

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Colombia: Que cese la persecución y se escuche la voz del campesinado

b_350_0_16777215_00___images_paro_agrario_Colombia_satComunicado de  Solidaridad de la Vía Campesina

Desde La Vía Campesina Internacional seguimos con gran preocupación por la crítica situación que en materia de violación de los derechos humanos afronta el movimiento social y popular colombiano, en particular las organizaciones campesinas e indígenas y su dirigencia, quienes a diario son víctimas de amenazas, judicialización, encarcelamientos y asesinatos.

Todavía tenemos fresco en la memoria las cruentas imágenes de represión efectuadas por parte de las fuerzas de seguridad del Estado colombiano en contra de los miles de manifestantes que pacíficamente participaron del pasado paro agrario étnico y popular empujado por las injustas condiciones de vida en que viven millones de familias campesinas excluidas históricamente; producto de ellos perdieron la vida 19 personas, crímenes de estado que hoy siguen en la más completa impunidad. (mais…)

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José Porfírio de Souza e a resistência camponesa contra a ditadura

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Por Rafael Soriano*
Da Página do MST

José Porfírio de Souza foi um militante camponês que participou de revoltas no interior de Goiás, em Trobas e Formoso na década de 1950. Com o Golpe Civil-Militar de 1964, teve que entrar na clandestinidade.

Após denúncias de fazendeiros, foi capturado e torturado. Ao ser liberado, teve um encontro com sua advogada e, logo em seguida, desapareceu. Até hoje sua família luta para resgatar seus restos mortais.

José Porfírio de Souza é filho de Maria Joaquina e Teófilo de Souza Gil, nascido em Pedro Afonso (atualmente Tocantins) em 27 de julho de 1912. Casou-se com Rosa Amélia de Farias, com quem teve nove filhos. (mais…)

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Cheias no Norte do país desabrigam 250 famílias indígenas

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CIMI – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Rondônia vem ao público demonstrar preocupação e ao mesmo tempo indignação neste momento difícil em que se encontram aproximadamente as 250 famílias indígenas, que hoje se somam a tantas outras mil pessoas desabrigadas pela enchente histórica do rio Madeira que se prolonga a quase dois meses, inundando e expulsando comunidades ribeirinhas e urbanas, submergindo inúmeras plantações à beira dos rios Madeira, Mamoré, Guaporé, e Pacaas Novos.

Sabemos que na região Norte o período de chuvas sempre foi um fator de preocupação para as populações que vivem às margens desses rios, porém, este ano assumiu proporções muito maiores, que colocam em risco a integridade física das famílias. Reconhecemos que existem catástrofes naturais que ameaçam a vida do planeta desde o princípio. Porém, na atualidade há novos fatores que aceleram este processo, como o aquecimento global, desmatamentos, processos erosivos no solo e a construção de hidrelétricas, como é o caso das hidrelétricas de Santo e Jirau, que segundo especialistas, apresentam erros no estudo de impacto ambiental.  (mais…)

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