Os Camargos: Falta de indícios oculta vestígio de negros

Os Camargos - casarão (Copy)

Grande parte do conhecimento do povo afrobrasileiro deve-se aos relatos orais, passados de geração em geração

Por Daniela Jacinto, em Cruzeiro do Sul

Documentos queimados, invasões de territórios, expulsões, ameaças. Os negros sabiam da dificuldade que enfrentariam ao serem proprietários de terras, mas quando ganhavam um pedacinho de chão de seu “sinhô” ou mesmo conseguiam comprar parte de terras que pertenciam a seus donos, faziam o que estava ao seu alcance para garantir esses direitos às futuras gerações. Com o tempo, os vestígios de suas histórias foram sendo apagados, as senzalas destruídas, algumas prefeituras, câmaras e cartórios sofreram incêndios e assim grande parte do conhecimento do povo afrobrasileiro deve-se aos relatos orais, passados de geração em geração.

Vivem, ainda nos dias de hoje, marcados e com medo.  (mais…)

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Para ganhador de prêmio Nobel, cheias no Norte e secas no Sudeste estão conectadas

Para Philip Fearnside, as cheias no rio Madeira e o baixo nível do sistema Cantareira estão conectados. Foto: Luciano Schmitz
Para Philip Fearnside, as cheias no rio Madeira e o baixo nível do sistema Cantareira estão conectados. Foto: Luciano Schmitz

Por Leão Serva, de Manaus, na Folha/UOL

Você sabia que um cientista ganhador do Prêmio Nobel mora e ensina no Brasil? Talvez pense que ele é paparicado e ouvido em todas as questões relativas a seu campo de pesquisas. Pois saiba que não, muito pelo contrário. O Nobel radicado no Brasil é tratado como uma batata quente pelo establishment porque, há cerca de 40 anos radicado na Amazônia, é uma voz que clama no deserto (verde), alertando para a rápida destruição da floresta e suas graves consequências.

Philip Fearnside, 66, cientista especializado em climatologia baseado em Manaus, vem há décadas advertindo sobre o risco crescente de catástrofes climáticas, em estudos sempre recebidos com frieza pelas autoridades brasileiras e com ciclotimia pela imprensa local.

Sentado ao fundo de sua sala no campus do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Inpa, em Manaus, Fearnside parece encoberto por um dilúvio de livros, pastas e documentos soltos que abarrotam as estantes até o teto fazendo-o parecer pequeno, apesar de seus mais de 1,95m de altura. Ele me manda entrar ainda de costas para a porta e, quando se volta para me cumprimentar, o efeito de enchente é aumentado por seu imenso bigode, que faz lembrar o de Friedrich Nietzsche (ele diz que o autor de “Assim Falou Zaratustra” não o inspirou).

Daquela sala que parece uma biblioteca babélica, Fearnside dispara os estudos que fizeram dele um dos dois cientistas mais citados do mundo em termos de aquecimento global, segundo levantamento da Thomson-ISI, que mede produção científica. A consistência de suas pesquisas o levou para o IPCC, o painel de cientistas de todo o mundo reunidos pela ONU para estudar os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Nos próximos dias, o IPCC divulgará mais um relatório de acompanhamento dos impactos dessas mudanças. Foi no painel que Fearnside ganhou o Nobel da Paz em 2007, ao lado dos outros cientistas do IPCC, pelo trabalho do grupo ao alertar sobre os riscos do aquecimento global. (mais…)

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Polícia desmantela rede que explorava sexualmente mulheres africanas e prende brasileiros

Dez pessoas -três brasileiras, quatro nigerianas, duas marroquinas e uma malinense- foram detidas e seis vítimas foram libertadas

AFP – Agence France-Presse

A polícia espanhola anunciou neste sábado o desmantelamento de uma rede, que incluía brasileiros, que introduzia ilegalmente na Espanha mulheres africanas grávidas ou com crianças muito jovens para explorá-las sexualmente, mantendo-as trancadas em péssimas condições de higiene.

Dez pessoas -três brasileiras, quatro nigerianas, duas marroquinas e uma malinense- foram detidas e seis vítimas foram libertadas em uma operação que permitiu “desarticular uma organização criminosa (…) que se dedicava ao tráfico de mulheres da África Subsaariana”, disse a polícia em um comunicado.

Capturadas em seus países de origem, principalmente Nigéria, as vítimas eram levadas para a costa do Marrocos. As mulheres chegavam ao solo espanhol cruzando o estreito de Gibraltar em barcos frágeis, conhecido na Espanha como “pateras”. “Para garantir que as autoridades espanholas não as devolveriam aos seus países de origem ao interceptar os barcos em que elas chegavam, a organização privilegiava mulheres grávidas ou acompanhadas por crianças muito jovens”, explicou a polícia. “Em alguns casos, os membros da rede entregavam crianças às mulheres para que se passassem por suas mães para atravessar o Estreito de Gibraltar”, acrescentou. (mais…)

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MG – Passarela de pedestres pública é fechada por shopping para evitar rolezinho

Alterosa – Uma passarela que liga o bairro Santa Margarida à estação BHBus, no Barreiro, está sendo fechada todo sábado. A denúncia é de uma moradora da região, que mandou um email para o Jornal da Alterosa. Segundo ela, o shopping colocou um portão no local para impedir os chamados rolezinhos. Mas isso é ilegal, já que a passarela é pública. Assista:

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Outras Alynes: Grávida morre após ter alta de hospital em Ribeirão Preto

Giovanna
Giovanna foi definida pela família mãe, esposa e filha carinhosa. Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

Por Emanuelle Goes, em População Negra e Saúde

“A última coisa que ela me disse foi: socorro, mãe”, conta Luzia Pereira Martinelli, mãe de Giovanna Gabriela Martinelli, 28 anos. A telefonista, grávida de oito meses morreu na sexta-feira da semana passada, depois de ter dado entrada com pressão alta na maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, e posteriormente liberada pelo médico de plantão. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio culposo e instaurou inquérito, na quarta-feira, para ouvir os envolvidos.

Luzia conta que a filha estava em tratamento para controlar a pressão alta que surgiu durante a segunda gravidez e que seguia à risca o pré-natal. “No dia em que aconteceu eu estava no mercado e senti que precisava ligar para saber se ela estava bem. Quando liguei minha neta disse que ela estava passando mal”, conta a mãe, angustiada por relembrar a agonia da filha.

Mesmo diante da recusa de Giovanna, Luzia foi até a casa da filha e viu que ela precisava ser levada para o hospital. Uma ambulância foi chamada. A pressão de Giovanna estava 17 por 10 e ela sentia dores na região da barriga. A pressão é considerada normal quando fica entre 12 por 8 e 13 por 9.

“Cruzamos com um médico no corredor quando chegamos. Pedi para ele atender minha filha que não estava bem e achei que ela estivesse tendo o bebê. Ele me disse que o plantão dele tinha terminado e que havia muitos médicos ali dentro que poderiam atender a Giovanna”, relembra. (mais…)

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Documentos americanos podem esclarecer fatos sobre o golpe de 64

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Por Mariana Jungmann, Repórter da Agência Brasil. Edição: José Romildo

Carta enviada pelo presidente do Senado Federal do Brasil, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao presidente do Senado dos Estados Unidos, Joe Biden, é a mais recente tentativa do Estado brasileiro de ter acesso a documentos da Central de Inteligência Americana (CIA) sobre os anos que antecederam o golpe militar de 1964. Pela Constituição americana, o vice-presidente dos Estados Unidos acumula o cargo com o exercício da função de presidente do Senado.

Na carta, Renan Calheiros se baseia no “longo histórico de relações bilaterais” entre o Brasil e os Estados Unidos para solicitar a liberação de documentos sigilosos relativos às violações de direitos humanos e liberdades democráticas ocorridas no Brasil entre os anos de 1964 e 1988. O presidente do Senado brasileiro pede ainda Biden que colabore “no sentido de apoiar a luta pelos direitos humanos no Brasil e o resgate histórico de um período nebuloso de supressão das liberdades democráticas em nosso país”.

Calheiros diz ainda que, “a despeito do retorno à normalidade democrática no Brasil, ainda restam muitos episódios referentes ao golpe de 1964 que precisam ser esclarecidos, vítimas a serem reconhecidas e danos a serem reparados”. Para isso, ele considera essencial a colaboração das instituições norte-americanas no sentido de facilitar o acesso a dados e informações que possam ter sob seu controle a respeito desse período. Além disso, Renan comunica ao presidente do Senado americano que uma comissão de senadores brasileiros será designada para ir aos Estados Unidos tratar do assunto pessoalmente com representantes do Congresso americano. (mais…)

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Central de captação de água é instalada, mas não funciona em SE

CBN Foz

Moradores de cinco povoados do município de Poço Redondo, região do Alto Sertão de Sergipe, continuam sem ter água encanada nas suas casas, apesar de morarem às margens do Rio São Francisco. No povoado Todos Iguais, cerca de 200 famílias nunca tiveram abastecimento de água potável. Inclusive algumas residências têm até torneiras.

A solução estava por vir com a instalação de reservatórios e uma estação de tratamentos para captação de água que foi construído a cerca de dois anos para atender uma média de 2 mil famílias, mas a estrutura nunca funcionou. O mato tomou conta dos reservatórios e no ponto onde a água devia ser captada a ferrugem predomina.

A obra custou mais de um milhão, oriundos do Projeto Água Para Todos, do Governo Federal.  Companhia do Vale do São Francisco explicou o não funcionamento da central de captação e admitiu o atraso de um ano na integra devido a falta da rede elétrica.

“A Energisa apresentou um orçamento que nós não concordamos e somente agora, em janeiro do corrente ano, houve um entendimento por parte da Energisa aceitando aqueles recursos que foram depositados pela Codevasf”, [disse o] superintendente da Codevasf, Paulo Viana.

A garantia é que agora a água chegue às casas até meados de abril. E a Energisa disse que somente recebeu o pagamento no mês passado, e que a sua parte será concluída até o início de abril.

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Documentados pela lente de Lunae Parracho/Reuters, Munduruku lutam contra o garimpo ilegal em suas terras

Uma índia guerreira da tribo Munduruku carrega um macaco na cabeça durante uma busca de minas de ouro e mineiros ilegais em seu território, perto do rio Kadiriri, afluente dos rios Tapajós e Amazonas. A tribo Munduruku viu suas terras serem invadidas por garimpeiros em busca de ouro. Foto: Lunae Parracho, Reuters
Uma índia guerreira da tribo Munduruku carrega um macaco na cabeça durante uma busca de minas de ouro e mineiros ilegais em seu território, perto do rio Kadiriri, afluente dos rios Tapajós e Amazonas. A tribo Munduruku viu suas terras serem invadidas por garimpeiros em busca de ouro. Foto: Lunae Parracho, Reuters

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A foto acima e as demais, abaixo, fazem parte de um álbum de Lunae Rarracho/Reuters, publicado por Notícias UOL como parte de uma matéria sobre índios isolados, que acabamos de postar. Considerando a especificidade deste material e sua riqueza, optamos por divulgá-lo em separado, aproveitando para fazer assim uma mais que justa homenagem aos parentes Munduruku.  (mais…)

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Índios isolados no Acre são pressionados por exploração de madeira ilegal

Índios que não têm contato com o mundo externo veem um avião que sobrevoa sua comunidade na Amazônia, perto do rio Xinane, no Acre, perto da fronteira com o Peru. Os líderes da tribo Ashaninka, que divide o território com esta tribo e outras que também são isoladas, teriam pedido ajuda ao governo e a ONGs para controlar o que eles consideram ser uma invasão por essas tribos de suas terras. O movimento das tribos seria forçado pela exploração madeireira ilegal na fronteira com o Peru. As fotos foram feitas em 25 de março de 2014, por Reuters/Lunae Parracho.
Índios que não têm contato com o mundo externo veem um avião que sobrevoa sua comunidade na Amazônia, perto do rio Xinane, no Acre, perto da fronteira com o Peru. Os líderes da tribo Ashaninka, que divide o território com esta tribo e outras que também são isoladas, teriam pedido ajuda ao governo e a ONGs para controlar o que eles consideram ser uma invasão por essas tribos de suas terras. O movimento das tribos seria forçado pela exploração madeireira ilegal na fronteira com o Peru. As fotos foram feitas em 25 de março de 2014, por Reuters/Lunae Parracho.

Notícias Uol

Índios que vivem isolados na Floresta Amazônica estariam sofrendo com a exploração de madeira ilegal na fronteira do Acre com o Peru, informou a agência Reuters, nesta sexta-feira (28). Estas tribos que vivem sem contato com o mundo externo teriam que se mover pela pressão dos exploradores.

Segundo a agência, líderes da tribo Ashaninka, que divide território com esta tribo e outras que também são isoladas, pediram ajuda ao governo e a ONGs para controlar o que eles consideram ser uma invasão de suas terras.

As fotos, de 25 de março de 2014, foram feitas sem a autorização da Funai (Fundação Nacional do índio), segundo a assessoria de imprensa do órgão. A assessoria diz que seu departamento jurídico irá processar a agência pelo sobrevoo sem autorização e destaca que locais onde vivem índios sem contato com o mundo externo não são divulgados pela entidade exatamente para respeitar o desejo do indígena de se manter isolado. (mais…)

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Madeira: Bispos da CNBB criticam usinas e falam em catástrofe em RO e no Acre

logocnbb“A falta de interesse em fontes alternativas de energia, tais como a solar, eólica e de bio-massa, abundantes no Brasil, nos faz questionar: Por quê?”

Nota do Regional Noroeste da CNBB

Os Bispos do Regional Noroeste (Acre, Rondônia e sul do Amazonas), reunidos em Cruzeiro do Sul, partilhamos nossas experiências e preocupações neste momento difícil para nossas dioceses e todo o povo.

A enchente histórica de 2014 que inundou centenas de comunidades ribeirinhas e urbanas, expulsando milhares de famílias e submergindo inúmeras plantações à beira do Rio Madeira trouxe muito sofrimento.

Sabemos que catástrofes naturais ameaçam a vida no nosso planeta desde o princípio. A terra é um planeta vivo que se reconfigura continuamente. No entanto, acreditamos que há novos fatores como o aquecimento global que acelera o descongelamento das geleiras das montanhas, desmatamentos e processos erosivos no solo, a formação de represas para geração de energia elétrica.

As águas abundantes que descem das montanhas da Bolívia e do Peru aumentaram consideravelmente os reservatórios das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. A construção dessas duas obras no Alto Rio Madeira, além de sofrer um atraso de mais de um ano, segundo especialistas, apresenta erros no estudo de impacto ambiental. A inundação das BRs 364 e 425 isolou o Estado do Acre, a região de Guajará-Mirim e toda a área do Abunã. O difícil abastecimento de suas populações, com combustíveis e alimentos, mostra a urgência de novos estudos.

Sem desconsiderar o esforço do governo para oferecer à população do País energia elétrica de qualidade, lamentamos a falta de cuidado com os estudos de impacto ambiental que, por sinal, não contemplaram o Médio e o Baixo Madeira. A falta de interesse em fontes alternativas de energia, tais como a solar, eólica e de bio-massa, abundantes no Brasil, nos faz questionar: Por quê? (mais…)

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