Índios ocupam ferrovia da Vale que corta aldeias de Aracruz

Foto Século Diário
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Após três anos de tentativas, Vale acordou pagar indenização aos índios a título de compensação, mas recuou no dia de definir forma de pagamento, nesta terça-feira

Por Any Cometti, em Século Diário

Os índios das aldeias de Comboios e Córrego do Ouro, localizadas em Aracruz, norte do Estado, ocupam desde o início da tarde desta terça-feira (18) a linha férrea da Vale que corta as aldeias. O protesto foi organizado como uma resposta à falta de responsabilidade por parte da poluidora com um compromisso firmado anteriormente com a população indígena. Os índios lutam há três anos por uma indenização pelo uso de suas terras para a passagem da estrada de ferro da mineradora.

Os caciques Antônio Carlos, de Comboios, e Luiz Barbosa, de Córrego do Ouro, afirmam que a Vale cancelou pela manhã, por telefone, a sua participação em uma reunião que aconteceria momentos depois e na qual seria firmado um acordo para destinar R$ 19 milhões ao Plantar, projeto de agricultura desenvolvido pelos índios, como forma de compensação por usarem há mais de 30 anos as terras indígenas como base para sua estrada de ferro. O procurador da República responsável pelo caso, Almir Sanches, também foi avisado no mesmo horário pela poluidora.

Segundo os caciques, no dia 18 de janeiro foi feita uma reunião entre o Ministério Público Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai), em suas instâncias nacional e estadual, a Vale e as lideranças e povo indígena. Na ocasião, o valor da indenização foi firmado em R$ 19 milhões, acordados entre os índios e a empresa, uma verba necessária e calculada com base na agricultura desenvolvida nas duas aldeias. Além disso, a Vale se comprometeu a levar neste dia 18 de março sua proposta sobre a indenização. (mais…)

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Depois da cadeia, mulheres enfrentam dura realidade no retorno à sociedade

"Vi que teria que viver com minhas próprias pernas. Eu ia morrer de overdose ou mataria minha mãe. Ela não aguentaria passar por tudo de novo" Luciana (nome fictício), de 27 anos, que foi presa por tráfico, voltou a usar drogas depois de ser solta e hoje luta para retomar a vida e o filho mais velho
“Vi que teria que viver com minhas próprias pernas. Eu ia morrer de overdose ou mataria minha mãe. Ela não aguentaria passar por tudo de novo” Luciana (nome fictício), de 27 anos, que foi presa por tráfico, voltou a usar drogas depois de ser solta e hoje luta para retomar a vida e o filho mais velho

Última reportagem da série sobre o universo feminino na prisão revela a dificuldade de conseguir atestado de bons antecedentes, burocracia e preconceito enfrentados pelas ex-detentas

Por Patrícia Giudice, em EM

Presas, condenadas a viver longe da família. Depois de ver de trás das grades parte da existência passar, finalmente chega a hora de colocar o pé fora da cadeia. É o dia mais esperado. É dia de respirar fundo e seguir em frente, com esperança. Elas sonham em reconstruir a família, estudar, trabalhar e, principalmente, não voltar ao crime. Nem sempre é possível. Às vezes, o projeto de futuro é atropelado pela realidade.

Apesar dos obstáculos, o índice de reincidência entre elas é considerado baixo em relação ao dos homens. “No geral, a reincidência da mulher no crime é baixa. Ela só é mais elevada no tráfico de drogas, mas por causa da influência dos companheiros. Sem romper o relacionamento, fica difícil deixarem o submundo”, observa o juiz da Vara de Execuções Penais de Montes Claros, Francisco Lacerda de Figueiredo. No presídio da cidade do Norte de Minas, estatísticas comprovam o baixo retorno delas ao crime: o percentual de reincidência é de 30%, contra taxas superiores a 60% entre os detentos no país. (mais…)

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Excelente discurso de Spike Lee sobre gentrificação menciona até o Brasil

‘Nós estivemos aqui!’ … Spike Lee volta no tempo. Foto: Moviestore Collection/Rex
‘Nós estivemos aqui!’ … Spike Lee volta no tempo. Foto: Moviestore Collection/Rex

Veja a matéria original por Chris Michael e Ellie Violet Bramley em inglês no The Guardian aqui.

RioonWatch

Discurso persuasivo de improviso, do ardente Spike Lee, contra a transformação do Brooklyn pela chegada de descolados e ricos levanta pontos-chave sobre as tensões da gentrificação–especialmente sobre respeito. Mais do que talvez qualquer outro cineasta, Spike Lee fez das questões urbanas, o seu pão com manteiga. Então, o que fez com que o diretor de Faça a Coisa Certa e Clockers em uma aparição em um evento no Mês da História Negra no Pratt Institute, no Brooklyn, ficar enraivecido contra um membro da platéia tentando argumentar sobre os benefícios da gentrificação?

Chamando o processo como “síndrome de Cristóvão Colombo” e acusando ricos recém-chegados de desrespeitar a cultura das áreas predominantemente negras e que têm sido seu reduto–com a alteração de nomes de bairros, o cancelamento de um tributo a Michael Jackson por causa de temores de que os negros fariam muito bagunça, ou reprimindo as sessões de tambores africanos realizadas no parque Mount Morris por 40 anos–Lee teve uma recepção calorosa da multidão. Alguns noticiários norte-americanos eram menos aprovadores, acusando Lee–um Brooklynite nativo–de “não ter o direito” de reclamar.

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Outro Olhar mostra possíveis consequências da não aprovação do Marco Civil da Internet: pacotes de preços

A votação do Marco Civil da Internet foi adiada para terça-feira, dia 25 de março. O vídeo acima mostra de forma objetiva e breve uma das possíveis consequências da vitória das empresas: como no caso das tevês a cabo, teríamos que comprar diferentes ‘pacotes de serviços’, obviamente com preços diferenciados e, quanto mais ‘amplos’ (ou seja: parecidos com o que temos hoje), mais caros e abusivos. TP.

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PA – Passageira de avião que levava equipe de saúde indígena para aldeia pediu ajuda por mensagem

Parte da primeira mensagem enviada por Rayline ao tio. Foto: Luana Leão/G1
Parte da primeira mensagem enviada por Rayline ao tio. Foto: Luana Leão/G1

Avião levava equipe de saúde para aldeia em Jacareacanga, sudoeste do Pará. Passageira, que é técnica em enfermagem, mora em Santarém

G1 PA

A técnica em enfermagem Rayline Campos, uma das passageiras do bimotor que levava uma equipe com profissionais de saúde de Itaituba para uma aldeia indígena em Jacareacanga, sudoeste do Pará, pediu socorro ao tio por mensagens no telefone celular minutos antes de a aeronave desaparecer.

Ela mora em Santarém, oeste do Estado, e trabalha em Jacareacanga. Duas mensagens foram enviadas do telefone celular de Rayline para o celular do tio, Rubélio Santos, que mora em Santarém.

Na primeira mensagem, às 12h47, a técnica em enfermagem avisava o tio sobre o perigo. “Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q amo muit tods …to aflita..to em pânico…se eu sair bem aviso…to perto do jkre…reza por nos…n avisa a tia ainda… (sic)”, dizia a mensagem. Na segunda, às 12h48, Rayline pediu socorro. “O motor ta parando.socorro tio tio (sic)”. (mais…)

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A Antropóloga Berta G. Ribeiro

Berta G. Ribeiro - Foto Companhia das Letras
Berta G. Ribeiro – Foto Companhia das Letras

Por Consuelo Pondé, na Tribuna da Bahia

De repente, sem mais nem menos, lembrei-me de uma mulher admirável que, por ter sido casada com um “monstro sagrado” da inteligência brasileira, Darcy Ribeiro, tem sido olvidada, porque o brilho do companheiro ofusca a sua florescência.

Efetivamente, muitas intelectuais são relegadas ao segundo plano, seus trabalhos intelectuais se tornam obscurecidos diante da obra dos seus esposos ou companheiros. Além de Berta, ocorre-me o nome de Leda Boechat Rodrigues, esposa e colaboradora permanente do historiador José Honório Rodrigues.

Berta Ribeiro, parceira incomparável de Darcy Ribeiro, está no rol dessas grandes mulheres ofuscadas pela radiação do marido, embora tenha sido uma competente etnóloga, certamente, a maior autoridade em Cultura Material dos Povos Indígenas do Brasil.. Filha de Motel e Rosa Gleizer, nasceu a 2 de outubro de 1924, na região romena da Bessarábia. Chega ao Rio em Janeiro de 1933, aos nove anos de idade, acompanhada do pai, que enviuvara, e da irmã Jenny, indo a família residir nos arredores da Praça XI, reduto da comunidade judaica. (mais…)

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