Carta Aberta do Povo Tupinambá de Olivença ao Povo Brasileiro

cocarÍndios Online – Nós, Tupinambá de Olivença, esclarecemos ao Povo Brasileiro que, por estratégia dos que invadiram o território sagrado dos nossos antepassados, e que há muito vêm usurpando nossa terra e espoliando nossas riquezas naturais, não permitem que nossa verdadeira história seja contada, omitindo nossa contribuição cultural, negando a nossa existência, nos chamando de “Falsos Índios” ou “Supostos Índios”, incitando-os contra nós, promovendo o Crime de Ódio, nos desqualificando e distorcendo o que verdadeiramente somos.

Somos anciões, mulheres, homens, jovens e crianças, muitos misturados biologicamente, filhos, netos bisnetos, tetranetos etc, advindos do estupro, ou não, outros por uniões impostas – lembramos que são vários séculos de contato – que talvez não satisfazemos aos vossos olhos, ou até mesmo o ego daqueles que estão acostumados com estereótipos, a identificar um povo pela cor da pele, cabelos ou olhos. Nunca esquecemos nossas raízes, e sempre mantivemos a nossa memória alimentada por nossos anciões, que através da oralidade nos permitem saber de onde viemos e quem somos. Fomos obrigados a viver no anonimato por décadas e décadas, roubaram nossas terras, mataram nossos parentes e poucos conseguiram se manter em pequenas áreas, e muitos dos nossos vivem em periferias das grandes cidades, em condições de vulnerabilidade, mas não perdemos o respeito pela Mãe Natureza, e nem o sentimento da partilha, muito menos a vontade de viver com dignidade, assim como, retomar o que é nosso por Direito Originário e está escrito na CF/1988, que é preciso fazer garantir.

Os estudos antropológicos de reconhecimento do território feito por instituição do governo comprovam e sustentam o que para nós sempre nos pertenceu, não somos os invasores, ou grileiros, somos a herança de uma história de guerra que dura exatamente 513 anos. (mais…)

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Alice de Marchi: desmilitarização das polícias em debate

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Segundo a pesquisadora da ONG Justiça Global, é impossível falar da desmilitarização das polícias sem tratar da questão racial e da guerra às drogas

Fábio Nassif – Carta Maior

Para Alice de Marchi, pesquisadora da Justiça Global, é impossível falar da desmilitarização das polícias sem tratar da questão racial. Segundo ela, o recorte de raça também atinge a própria polícia. “Quem está na linha de frente da Polícia Militar também é negro, pobre e morador de regiões mais empobrecidas”. A especialista em violência institucional e segurança pública também ressalta que a regulamentação das drogas é uma etapa crucial do combate à lógica militar que não atravessa somente a PM. “A guerra às drogas nunca é contra as drogas: é contra pessoas, populações que têm cor e origem”.

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O terrorismo da impaciência

Créditos da foto: Mídia Ninja
Créditos da foto: Mídia Ninja

Sobre a tipificação do terrorismo: o quadro que vivemos requer outro tipo de postura, especialmente das lideranças políticas do campo progressista

Fabio de Sá e Silva (*) – Carta Maior

A trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, vítima de rojão disparado em protesto no Rio de Janeiro, gerou súbita movimentação no Congresso Nacional. O Senador Romero Jucá (PMDB-RR) aproveitou a comoção para tentar impulsionar, na agenda de votações, o projeto de sua autoria que tipifica o crime de terrorismo. (mais…)

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Terrorismo é ter Bolsonaro como presidente da Comissão de Direitos Humanos, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

A proposta da lei antiterrorismo é tão nonsense que não vale a pena gastar bits com ela.

Mas se essa piada de mau gosto passar, sugiro contarmos também outra piada, aquela da punição retroativa com base na lei.

Afinal de contas, se parlamentares de um partido que tem entre suas fileiras pessoas que foram torturadas na essencial luta pela democracia passaram a achar que manifestação é terrorismo, então os seus companheiros sejam os primeiros julgados por essa definição do crime, com base em suas ações na ditadura. Fazendo um malabarismo jurídico, talvez possamos dizer que “terrorismo” não prescreve…

(Em tempo, eu concordo com a maior parte do que eles fizeram.)

E dá-lhe plano de marketing, campanha de comunicação e o Pelé gerando vergonha alheia com declarações ufanistas… Já não bastasse a gente ter que engolir um mascote de nome Fuleco (FU-LE-CO!!!), fornecer toalhas brancas com as iniciais da Fifa bordadas com fios de ouro e entregar cadáveres de operários mortos em “acidentes” nas obras dos estádios, ainda temos que ver uma tentativa de aprovação de lei restringindo direitos. (mais…)

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Chile: confissão de agente infiltrado inocenta manifestantes

Juan Patricio Queipul e Luis Marileo foram finalmente inocentados
Juan Patricio Queipul e Luis Marileo foram finalmente inocentados

Caso chileno sobre o uso de agentes provocadores para causar uma reação repressora “legal” das autoridades  serve de reflexo para o momento atual do Brasil, onde se discute a criminalização de protestos por meio da lei antiterrorismo

Por Vinicius Gomes – Revista Fórum

Nessa semana, o Tribunal Oral Penal de Angol absolveu, por unanimidade, Luis Marileo e Patrcio Queipul, jovens mapuches que foram presos e acusados, segundo a Lei Antiterrorista do Chile, por atos de violência na zona de Araucanía, no que ficou conhecido como o “Peaje Quino”. Os dois rapazes eram menores de idade na época e foram os únicos que continuaram presos, após outros sete envolvidos – todos maiores de idade – serem absolvidos, em 2012.

A virada no caso, que se arrasta por longos anos, se deu após Raúl Castro Antipán confessar ter realizado quatro atentados incendiários e outros atos classificados como “terroristas”, agindo como um agente provocador infiltrado e pago pelos Carabineros, com o objetivo de incriminar dirigentes mapuche. (mais…)

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