Arquivos sobre ditadura militar que estão em Roma serão digitalizados até 2013

Carolina Sarres* – Agência Brasil

Brasília – Cerca de 70 mil páginas de documentos sobre a ditadura militar no Brasil (entre 1964 e 1985) deverão ser colocados para consulta pública em arquivos digitalizados até outubro de 2013, informou o Ministério da Justiça. Na primeira quinzena de outubro deste ano, foi firmado contrato para executar a digitalização desses documentos, que estão em Roma, na Itália, em posse da Fundação Lelio e Lisli Basso.

Segundo o contrato, ainda está prevista a recuperação de fotos e vídeos, a realização de pesquisas e a reedição de livros sobre o período. No Brasil, os arquivos farão parte do futuro centro de documentação do Memorial da Anistia, em construção em Belo Horizonte (MG).

“É um passo a frente para afirmar o Memorial da Anistia como espaço de preservação da memória a partir da narrativa e do testemunho das vítimas. O acervo será inteiramente disponibilizado para toda a sociedade brasileira”, disse, em nota, o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

Os documentos, em processo de digitalização, tratam do Tribunal Russell 2, do 1º Congresso Nacional da Comissão Brasileira pela Anistia e do Tribunal Permanente dos Povos. (mais…)

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Produtoras rurais protestam contra desocupação de não índios da Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé

Yara Aquino* – Agência Brasil

Brasília – Um grupo de mulheres produtoras rurais está em vigília na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, contra a desocupação dos não índios que vivem na Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé, em Mato Grosso, determinada pela Justiça.

Pela manhã, elas invadiram a pista em frente ao Planalto e bloquearam o trânsito por alguns minutos. À tarde, um comissão foi recebida pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu que o reconhecimento da área como terra indígena seja analisado. As manifestantes alegam que a área não se trata de terra indígena e dizem ter laudos que atestam a afirmação.

De acordo com uma das integrantes do movimento, Valéria Quirino, o grupo tem a expectativa de ser recebido novamente hoje (6) pelo ministro e ter uma resposta do governo sobre a reivindicação. Enquanto isso, ela diz que a decisão é permanecer em frente ao Palácio do Planalto. “Viemos manifestar que o homem não tem o poder de tirar o povo que vive do suor da terra. Dali tiramos o sustento de nossas famílias”, disse Valéria. (mais…)

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A desigualdade de raça no mercado de trabalho brasileiro

Entender a dinâmica econômica e social da desigualdade entre os brasileiros brancos e afrodescendentes é fundamental para a construção de sociedade democrática e justa como a que CUT defende

Julia Nogueira e Vagner Freitas*

Em pleno século XXI persistem as graves desigualdades de gênero e raça no  Brasil. Entender a dinâmica econômica e social da desigualdade entre os brasileiros brancos e afrodescendentes é fundamental para a construção de sociedade democrática e justa como a que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defende.

Reconhecemos os avanços da legislação brasileira no que diz respeito ao combate à discriminação racial, porém, a diferenciação por raça ainda é uma das mais frequentes formas de exclusão social praticadas no país. O mercado de trabalho lidera o ranking desta desigualdade como mostra a precariedade dos vínculos: os negros têm salários menores, pior inserção ocupacional e são maioria nas taxas de desemprego. E o caso das mulheres negras é ainda mais injusto porque elas são duplamente discriminadas.

Segundo as Pesquisas de Emprego e Desemprego (PED) do DIEESE, em 2010, a taxa de desemprego total entre as trabalhadoras negras foi de 16,9% – mais que o dobro da taxa masculina dos não negros (8,1%). O rendimento médio das mulheres negras representava 44,4% dos homens não negros e o rendimento médio dos homens negros 62% dos não negros. (mais…)

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