“Movimento”: exemplo para ser lembrado

Coletivo. Assembleia dos trabalhadores do jornal "Movimento", gerido de forma horizontal

DOUGLAS RESENDE, Especial para O Tempo

Em meados de 1975, o jornalismo brasileiro realizou uma utopia, ironicamente durante a ditadura militar. Um grupo de jornalistas, motivados pela necessidade urgente de um jornal que expressasse a oposição democrática, livre e destemidamente, criou o semanário “Movimento”, jornal que, para ser de fato independente, não possuía dono – os patrões eram os próprios jornalistas que o faziam. E também os cerca de 500 acionistas que “compravam as ações sabendo que não iriam render nada”, mas conscientes de que estavam colaborando com algo politicamente relevante, como conta em entrevista ao Magazine Carlos Alberto de Azevedo, um dos muitos colaboradores do semanário e autor de “Jornal ?Movimento?, uma Reportagem”, livro que tem lançamento esta noite (15), na Livraria Mineiriana, com a presença do autor.

Resultado de uma pesquisa de fôlego de Azevedo e de mais duas jornalistas, Marina Amaral e Natalia Viana, a obra organiza a trajetória do “Movimento” em seus seis anos de vida, período em que militou em temas cruciais como a criação de uma assembleia constituinte. “?Movimento? teve essa importância na época como uma janela para o debate político”, comenta Azevedo. “Ele tinha um programa político muito claro e explícito nas suas páginas, pela redemocratização do país”. (mais…)

Ler Mais

“Acabar com a Secretaria de Políticas para as Mulheres ajuda? Já é hora de um Ministério para cuidar dos Direitos Humanos?”

pergunta22Universidade Livre Feminista

A partir de discussões muito sigilosas e pequenas reuniões palacianas, está em curso a elaboração de um projeto de reforma ministerial que não pretende só mudar alguns nomes, mas também as estruturas. Isso especialmente nas áreas que afetam as mulheres.

A proposta, que está ganhando vigor na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, é a de se criar o Ministério dos Direitos Humanos. Ele será fruto da incorporação à Secretaria Especial de Direitos Humanos, que hoje já tem status de ministério, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e, eventualmente, da FUNAI, na forma de uma Secretaria de Direitos Indígenas.

O argumento governamental e dos partidos dirigentes é de que com essa mudança o Brasil estará dando ao mundo um sinal claro de que respeita e quer garantir os direitos humanos. Por outro lado, nas áreas de planejamento e finanças, soa como adequado o argumento de que essa fusão representará uma “otimização de gastos”, dando ao parco orçamento dessas áreas um vigor maior. (mais…)

Ler Mais