Orgulho Comunitário: Uma Entrevista com Gilmar Lopes do Morro dos Cabritos

Laura Gama – RioOnWatch

Apesar dos estereótipos negativos associados à vida nas favelas, a realidade é que a maioria dos moradores estão felizes e têm orgulho de residir nas próprias comunidades. De acordo com um estudo feito pelo Data Popular, 85% dos moradores gostam de seu próprio lar, 80% tem orgulho de onde moram e 70% seguiriam morando na própria comunidade mesmo se dobrasse sua renda.

Gilmar Lopes nasceu e foi criado no Tabajaras e Morro dos Cabritos, favelas localizadas emCopacabana, na Zona Sul do Rio. Oficialmente, o censo reporta que Cabritos tem 5 mil pessoas, mas Gilmar diz que a Associação de Moradores estima que o número verdadeiro seja entre 16 e 18 mil. (mais…)

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Segurança pública, racismo e a construção dos sujeitos ‘matáveis’ no Brasil

Não gostamos do que vemos no espelho e preferimos negar e calar, valorizando as narrativas – constantemente renovadas desde antes da República e, sobretudo, após o fim da escravidão – que destacam o país pacífico e não racista

Atila Roque* – Nexo

A volta para casa dos cinco jovens residentes na favela de Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada de 29 de novembro passado, um domingo, após uma noite de celebração e festa no Parque de Madureira –  um dos poucos espaços públicos de lazer dos subúrbios cariocas –, terminou em mais uma chacina que chocou pela brutalidade, mas não, infelizmente, por sua excepcionalidade. No caminho daqueles jovens havia uma viatura do 41º Batalhão da Polícia Militar do RJ com policiais que descarregaram mais de cem tiros de fuzil e pistola sobre o carro onde estava os jovens. Alguns relatos de testemunhas dizem que os rapazes já tinham parado o carro e levantado as mãos, um gesto que qualquer o jovem negro morador do Rio de Janeiro, em particular aqueles que vem das favelas e das periferias da cidade, aprende rapidamente a fazer diante da abordagem policial. Sabem, esses jovens, que nesses encontros a vida está sempre por um fio. Não foi diferente para os meninos que celebravam a amizade,  o primeiro emprego de um deles e a ilusão de que eram livres para circular sem medo pela cidade. (mais…)

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